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Boca da Mata

Equipe técnica leva discussão sobre Turismo em terras indígenas.


Turismo em áreas indígenas

A Comunidade Boca da Mata, localizada na Terra Indígena São Marcos, município de Pacaraima, recebe nesta sexta-feira, dia 23, equipe técnica, integrada por representantes da SEI (Secretaria Estadual do Índio), do Detur (Departamento Estadual de Turismo), Uerr (Universidade Estadual de Roraima) e do IFRR (Instituto Federal de Roraima), para discutir a Instrução Normativa número 3, de junho de 2015, da Funai (Fundação Nacional do Índio), e o desenvolvimento da atividade turística sustentável em áreas indígenas.
Segundo o assessor especial da Secretaria do Índio, Alfredo Silva Wapixana, o grupo permanece até sábado, dia 24, na Boca da Mata, e lá será debatida a criação do plano de visitação para a Cachoeira do Macaco, um ponto turístico discutido em Câmara Temática e inserido no Plano Plurianual do Estado para o período 2016-2019.
“Trabalhamos a inserção da Cachoeira do Macaco no PPA. Isso foi possível, porque a Funai regulamentou, por meio da Instrução Normativa, a exploração sustentável do turismo em terras indígenas. Agora, estamos visitando as localidades contempladas no PPA, portanto credenciadas para receber investimentos em infraestrutura, para elaborar, junto com as comunidades, os planos de visitação e discutir o processo de formação dos condutores locais”, afirmou.
Além da Cachoeira do Macaco, foram colocados no PPA o Sítio Arqueológico da Pedra Pintada, a Trilha Ecológica do Coatá e o Lavrado do Maruai, onde vivem os cavalos selvagens de Roraima, conhecidos como cavalos lavradeiros. Todos esses potenciais roteiros turísticos estão localizados na Terra Indígena São Marcos, município de Pacaraima.
Conforme Alfredo Silva Wapixana, a definição desses destinos foi realizada com base nas sondagens feitas em reuniões anteriores com associações indígenas e órgãos públicos das esferas estadual e federal sobre o tema. No atual estágio de discussões, além de levar informações sobre a Instrução Normativa da Funai para as comunidades interessadas em desenvolver planos de visitação, a equipe fará nova consulta, porque a Normativa exige anuência formalizada por meio de documento escrito e assinado pelos índios.
Segundo ele, já foi realizada reunião na região do Vale do Parimé, para discutir sobre a Pedra Pintada e o Lavrado Maruai, e o próximo encontro está agendado para os dias 10 e 11 de novembro, na Comunidade Nova Esperança, para falar sobre a elaboração do plano de visitação da Trilha Ecológica do Coatá.
Sobre a importância desse processo de construção e desenvolvimento do turismo sustentável em terras indígenas de Roraima, Alfredo Silva ressalta “é uma situação emblemática, porque o turismo em si é um negócio, mas o turismo étnico envolve negócio, cultura e pessoas”. Segundo ele, esses fatores contribuem, inclusive, para o resgate da cultura ancestral dos índios em comunidades que já estão bastante descaracterizadas.
“Algumas pessoas têm uma ideia falsa de turismo, pensam assim: lá na minha comunidade tem um lago bonito, mas isso tem no Brasil todo, até melhores, mais bonitos, de fácil acesso. A diferença do turismo étnico é que as pessoas não vão apenas para contemplar a trilha, ou para apreciar o lago, ou pelo banho de cachoeira, elas vão para vivenciar cultura. Isso contribui para o resgate das tradições dos povos indígenas”, enfatizou.

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