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Indígenas

Secretaria trabalha para inserir índios em projeto de Mandiocultura.


Índios na cultura da mandioca 

Dando continuidade ao cronograma de visitas da SEI (Secretaria de Estadual do Índio), que está levando as ações do Governo do Estado às comunidades do Interior, o secretário estadual do Índio, Ozélio Macuxi, este esta semana na comunidade Darora, na Terra Indígena São Marcos, município de Boa Vista. O objetivo foi conhecer a atual situação da produção agrícola familiar nas terras indígenas; informar sobre os trabalhos da Secretaria e sondar o interesse dos agricultores de participarem de projetos a serem desenvolvidos no próximo ano.
Ao ressaltar as limitações orçamentárias da Secretaria do Índio, neste ano, Ozélio Macuxi explicou para o grupo reunido na Comunidade Darora: “Essa não é uma reunião para prometer, é pra trabalhar”. Ele falou do interesse de inserir agricultores, que já têm estrutura de irrigação, no programa de plantio consorciado de mandioca e melancia, com o objetivo de ampliar a produção de sementes e chegar, nos próximos três anos, a uma área cultivada de 500 hectares de mandioca nas terras indígenas.
Segundo o secretário, esse trabalho está sendo feito prioritariamente nas localidades que dispõem dos equipamentos de irrigação do Programa Chuva na Roça. A pretensão é trabalhar com, pelo menos, vinte comunidades. Esses grupos de agricultores darão suporte às três unidades de produção e multiplicação de sementes de cultivos anuais a serem implantadas em comunidades indígenas de Pacaraima e Normandia, por meio de convênio no valor de R$1,3 milhão firmado com MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário).
Somado a isso, a Secretaria do Índio apresentou, na última segunda-feira, dia 19, no Siconv (Sistema de Convênio), do Governo Federal, projeto para aquisição de equipamentos agrícolas, entre eles, colheitadeira de milho e de feijão e arrancadora de mandioca, para mecanizar o processo de plantio e de colheita nas comunidades produtoras. O projeto prevê aquisição de recursos de R$500 mil, via MDA, com uma contrapartida de 10% do estado.  
A exploração da atividade turística foi outro assunto discutido na reunião pelo secretário do Índio e pelo empresário do setor de turismo, Joaci de Freitas. Além de fazer abordagem sobre a Instrução Normativa número 3, de junho de 2015, que estabelece normas e diretrizes relativas às atividades de visitação para fins turísticos em terras indígenas, Joaci de Freitas falou sobre a necessidade de formação técnica para atender aos turistas, possibilidade de criação de uma cooperativa e sugeriu até um roteiro paras as comunidades localizadas após o Rio Uraricoera.
Segundo ele, o acesso dos potenciais turistas a essas comunidades, inclusive a Darora, poderia ser feito por via fluvial, evitando a travessia de automóveis pela balsa no Rio Uraricoera, a fim de que o visitante, indo de barco, conheça um pouco da geografia de Roraima e aprecie também as belezas existentes ao longo dos rios Branco e Tacutu. Conforme Dilermando Augusto da Silva, um dos participantes do encontro, a exploração sustentável do turismo é interessante para as comunidades indígenas. “Temos muitas riquezas e não estamos sabendo aproveitar. O turismo é uma boa possibilidade de desenvolvimento, mas precisamos nos estruturar”, afirmou.
Ozélio Macuxi esclareceu, no decorrer da reunião, que, devido ao orçamento reduzido, a Secretaria do Índio busca apoio dos parlamentares das bancadas estadual e federal, para apresentação de emendas que garantam investimentos nas comunidades indígenas. Além disso, oferece suporte técnico e de fornecimento de insumos para o setor agrícola e incentiva a produção de artesanato, a formação de cooperativas e a criação de planos de visitação turística.

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