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Aniversário

Cooperativa indígena de Pacaraima faz festa de aniversário.


Índios festejam cooperativa

A Cooperativa Agropecuária Indígena de Pacaraima (Coop’Agi) realiza na sexta-feira, 16, na comunidade Socoraima I, comemoração para lembrar o terceiro ano da formalização do grupo e os oito anos de trabalhos que mudaram a vida de 50 famílias de produtores daquela região. Com a ajuda de nove parceiros dos setores público e privado, a Cooperativa se consolidou como um empreendimento de sucesso e, entre outras atividades, administra, em 2015, um convênio de R$670 mil firmado com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No longo caminho percorrido pelos agricultores até o estágio atual da Coop’Agi, segundo o assessor técnico Edson Bonfim, eles tiveram o apoio de vários órgãos, entre os quais, o Banco do Brasil, por meio do Programa Desenvolvimento Regional Sustentável, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Prefeitura de Pacaraima.  

Para criação da Cooperativa, houve um processo de escolha dos participantes, a fim de garantir a viabilidade econômica do empreendimento. O critério de seleção foi rigoroso e importante, porque rompeu com a sistemática de dependência de órgãos governamentais e garantiu autonomia de gestão aos produtores da agricultura familiar indígena.    

“Das mais de 600 famílias de agricultores indígenas de Pacaraima, cadastradas no banco de dados do MDA, pouco mais de 100 iniciaram há oito anos os trabalhos para formação da cooperativa, mas apenas 50 permaneceram. Percebemos que grande parte desistiu quando esclarecemos que os governos federal, estadual e municipal não financiariam gratuitamente nada e eles teriam de bancar tudo, inclusive a alimentação para os técnicos da Embrapa, que deram cursos para transferência de tecnologia do plantio da mandioca”, explicou Edson Bonfim.

Um dos requisitos para permanência no grupo foi a análise de aptidão. Nesse sistema, avaliou-se a competência dos agricultores para assimilar a tecnologia repassada pela Embrapa. A primeira tarefa foi o plantio de um hectare de mandioca por cada uma das famílias participantes. Quem cumpriu a missão ficou. Hoje, a mandiocultura é o carro-chefe da Coop’Agi e os associados têm mais de 100 hectares cultivados nas comunidades Santa Rosa, Barro, Surumu, Contão e Curicaca.

Eles produzem derivados de mandioca, tucupi, goma e farinha, e, paralelo a isso, trabalham com fruticultura, horticultura e venda de bovinos. “A Coop’Agi é um exemplo de organização, de trabalho e de receita. Há quatro anos sobrevive dos próprios rendimentos e em 2015 assinou um convênio no valor de R$670 mil com a Conab para o fornecimento de abacaxi, banana e hortaliças. Pode ser citada como modelo de sucesso no segmento de agricultura familiar, não apenas entre indígenas, mas também entre não-índios, inclusive já representou o Estado em eventos nacionais”, afirmou o assessor técnico da Cooperativa.

Sobre as mudanças que esse processo de autonomia econômica está proporcionando para as comunidades indígenas, Edson Bonfim é enfático. “Tudo melhorou. Antes, as casas eram de taipa, hoje a maioria é de alvenaria. Algumas pessoas tinham dificuldade de adquirir alimentos. Hoje, a gente passa e eles convidam pra comer um carneiro assado. Andavam a pé ou de carona, agora a maioria já comprou moto. São frutos do trabalho deles”, enfatiza.

Além disso, a Coop’Agi já tem um trator, adquirido com recursos do MDA, dois automóveis, construiu casas de farinha, por meio de empréstimo feito junto ao Banco do Brasil, e comprou um terreno para a construção da sede, pois funciona em um prédio cedido pela Prefeitura de Pacaraima.

De acordo com Edson Bonfim, a festa a ser realizada na sexta-feira, na comunidade de Sorocaima I, localizada na margem da BR-174, próxima à sede do município de Pacaraima, será um momento para contar essa história exitosa e receber o povo da região e os parceiros. “As atividades começam às 9 horas e além dos órgãos que nos apoiam no decorrer desse tempo, convidamos a população em geral para conhecer o histórico dessa batalha e também o trabalho da comunidade”, finalizou.

 

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