- 26 de novembro de 2024
Combate contra febre aftosa
O mês de outubro chegou e com ele teve início a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa em Roraima. Até o dia 31 de outubro, os criadores de gado devem vacinar o rebanho e procurar um dos 27 Escritórios de Atendimento aos Consumidores e Unidades de Defesa Agropecuária espalhados pelo estado para registrar a vacinação, o que deve ocorrer até o dia 15 de novembro.
Esta é a segunda etapa de 2015 da vacinação – a primeira foi realizada no mês de abril e vacinou 96% do rebanho. A expectativa agora, segundo o diretor de Defesa Animal da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), Haroldo Pimentel Trajano, é alcançar 100% do rebanho vacinado, meta perseguida em todas as campanhas, que vem atingindo índices acima de 90%.
Porém, não basta que o produtor apenas vacine, é preciso que eles levem a um dos escritórios da Aderr a nota fiscal de compra da vacina para efetuar esse registro e atualizar os dados cadastrais do rebanho, informando a quantidade de animais abatidos e nascidos desde a última atualização. “Esse registro deve acontecer até 15 de novembro para que a Aderr possa fechar os relatórios e identificar o alcance da vacinação. Temos metas a serem atingidas, por isso o registro é fundamental”, alerta Trajano.
Durante o período da campanha, os técnicos da Aderr já começam a entrar em contato com os produtores para alertá-los sobre o prazo para efetuar a vacinação. Caso o produtor não cumpra, quando esse prazo é encerrado, a Aderr realiza uma busca ativa junto a esses produtores, que ficam sujeitos a penalidades previstas em lei, que podem ser desde multa, interdição da propriedade e impedimento de realizar o trânsito de animais.
“A multa é de R$ 72 por cada animal não vacinado, além de cerca de R$ 1.098 de multa à propriedade”, adianta Trajano, ao ressaltar que está sendo elaborado pelo Governo do Estado um projeto de lei para atualização da legislação sanitária. Quando concluída, a nova proposta da legislação será enviada para discussão junto à ALE-RR (Assembleia Legislativa de Roraima).
INDÍGENAS
Nas comunidades indígenas a Aderr realiza a chamada 'Agulha Oficial', quando os técnicos, em parceria com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Funai (Fundação Nacional do Índio), vão até essas comunidades e vacinam os animais.
“As vacinas desta segunda etapa de vacinação foram adquiridas pelo Governo do Estado. A previsão é alcançarmos em torno de 48 mil animais, em uma ação que deve durar 45 dias, passando por Pacaraima, Uiramutã e Normandia”, explica Trajano. A vacinação nas comunidades indígenas deve ter início neste sábado, dia 03, no município de Pacaraima.
Auditoria
A vacinação contra a aftosa é muito importante uma vez que no mês de novembro, deve ser realizada auditoria pelos técnicos do Mapa, ocasião em que, finalmente, Roraima poderá mudar o status atual da febre aftosa.
Serão avaliados 23 pontos, que vão desde o alcance das campanhas de vacinação contra a aftosa, a eficiência do planejamento das ações da Aderr antes, durante e depois das campanhas, avaliando tanto as políticas desenvolvidas pela Agência como a atitude do produtor em efetivar a vacinação. Nesse sentido, a educação sanitária – que é a avaliação se o produtor está sendo bem orientado quanto à vacinação – também é considerada pelo Ministério, assim como o monitoramento do trânsito animal.
A fiscalização das revendas das vacinas também estão entre esses itens, já que devem obedecer a exigências como as condições para garantir a conservação dessas vacinas em temperatura adequada. “Hoje são nove lojas autorizadas em Boa Vista e dez no interior, especialmente em municípios do sul do estado”, disse Trajano, ao complementar que a partir da avaliação, os técnicos do Mapa pontuarão cada um dos itens. “É preciso alcançar um mínimo de 75 pontos para que possamos passar de médio risco para livre de aftosa com vacinação”, destaca o diretor.
Roraima ganhará muito se conseguir essa mudança de status, sendo um dos principais benefícios a ampliação de mercado. “Hoje comercializamos apenas com o Amazonas. Com essa mudança, poderemos exportar nossa carne para todo o País e países vizinhos, como a Venezuela”, argumenta Trajano.