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Família na escola

Educadores defendem participação dos pais para solução de conflitos.


Jovens e adolescentes na escola

Com a finalidade de promover a redução da evasão escolar, a repetência de ano, aumentar a autoestima do aluno e melhorar a aprendizagem, foi apresentado à sociedade, na manhã desta segunda-feira (28), no Plenarinho da Assembleia Legislativa de Roraima, o Projeto de Lei Nº 049/2015 que estabelece a Semana de Mobilização da Família na Escola.

Antes da apresentação formal da proposta, equipes do Poder Legislativo distribuíram panfletos, na Praça do Centro Cívico, com informações sobre o projeto e dicas para aproximar os pais do dia a dia dos filhos na escola. A intenção é que essa mobilização aconteça na terceira semana do mês de setembro e seja obrigatória no calendário escolar das escolas públicas e particulares.

A presidente da Comissão de Defesa da Família, da Mulher, da Criança, do Adolescente, do Idoso e de Ação Social, deputada Angela Águida Portella (PSC), autora do projeto, acredita que a parceria escola/pais pode mudar a realidade de muitas crianças e adolescentes. “A escola é a segunda casa e essa educação precisa ser compartilhada e ter a co-responsabilidade entre escola e família. Nós estamos observando, infelizmente, um índice muito alto de gravidez na adolescência, uso de drogas e selfie nude que é a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. E agora, com muita tristeza e como mãe, eu falo que temos um índice altíssimo de suicídio em nosso Estado”, disse a parlamentar.

O juiz da Vara da Infância e Juventude, Parima Veras, defendeu e medida. Para ele, existe uma diferença ‘gritante’ entre os alunos em que os pais são ativos e participativos daqueles que os pais não comparecem e não vão à escola. “Tem até um jargão escolar entre professores e diretores que diz que os pais dos alunos que precisam de uma atenção maior não são presentes. E justamente por não serem presentes que os problemas dos filhos são mais complexos e se acumulam. Os filhos tendem muitas vezes a se envolverem com drogas. Na infância, a maioria absoluta dos atos infracionais é de adolescentes envolvidos com drogas. É necessário que a família volte a ser parceira da escola”, recomendou.

O magistrado disse ainda que a semana de mobilização será um momento de sensibilização e motivação, mas a família deve estar sempre na escola, desde o momento de verificar as tarefas do filho, conversar com os professores, participar das reuniões de pais e mestres e das ações de confraternização.

A gestora da Escola Estadual Diva Alves de Lima, Nádia David dos Santos, fez um depoimento de ações escolares que têm mudado a realidade de muitos estudantes. Foi elaborado um projeto político-pedagógico em que a família é concebida como parte da comunidade escolar. “Na escola foi percebido que não teríamos uma ação educativa e de qualidade se não envolvêssemos a família. Procuramos levar à comunidade escolar a refletir que quando os pais participam da educação dos seus filhos, eles aprendem mais e melhor. Em situações de baixo desempenho, a escola assumiu seu papel de orientadora quando entendia que a intervenção na família poderia ajudar a reverter a situação”, explicou.

Outros gestores de escolas públicas e privadas também participaram da apresentação da Semana de Mobilização da Família na Escola. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RR), desembargador Mauro Campello, representantes da Secretaria Municipal de Educação de Boa Vista, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar, Câmara Municipal de Boa Vista e demais integrantes da Rede de Proteção contribuíram com o debate.

Escola de Pais

Durante a apresentação do projeto de lei da Semana de Mobilização da Família na Escola, a deputada Angela Águida falou sobre uma nova proposta que será defendida pela Comissão de Defesa da Família, da Mulher, da Criança, do Adolescente, do Idoso e de Ação Social, que é a criação da Escola de Pais em Roraima.

A idéia é formar um cooperado de ensinamentos para orientar e educar os pais de como lidar como esse atual processo de evolução da sociedade. “Vivemos na era da informação e, muitas vezes, pais se perdem nesse caminho e outros não sabem como lidar com a essa quantidade de informação”, explicou o assessor jurídico da Assembleia Legislativa, Marcos Holanda.

Conforme ele, a Escola de Pais já existe em outros estados, mas funciona como entidade privada. E caberá ao Poder Legislativo iniciar o projeto no Estado como verdadeiros incubadores, principalmente na questão jurídica e burocrática.

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