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Produção agrícola

Parceria entre SEI e Seapa dá apoio logístico a produtores indígenas.


Índios produzirão com apoio

Um trabalho de colaboração desenvolvido pela SEI (Secretarias Estadual do Índio) e Seapa (Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) garante apoio logístico para produtores indígenas de todas as regiões do estado. Segundo o chefe do Setor de Transportes da SEI, Washington Monteiro, são feitas cerca de 15 viagens por mês para atender à demanda por transporte de produtos agrícolas de diversas localidades e essa parceria é fundamental para a assistência aos agricultores indígenas.
“Nossa Secretaria tem uma deficiência de transporte. Temos apenas um caminhão três quarto e com ele fazemos umas 15 viagens por mês para atender aos indígenas. Às vezes, o carro precisa ficar de dois a três dias dentro da comunidade. Quando retorna, já existe agendamento pra realizar outro trabalho. Então, fizemos parceria com a Seapa. Muitas vezes, fornecemos o combustível e eles cedem o caminhão. Desse modo, melhoramos nosso atendimento”, explicou.
Numa das últimas ações conjuntas, foi realizado o transporte de 391 sacas de farinha produzidas por agricultores Wai-Wai, da Terra Indígena Trombetas/Mapuera, no município de Caroebe, região Sul de Roraima. Segundo o representante do povo Wai-Wai na Secretaria do Índio, Miguel Wepaxi, a farinha é oriunda das comunidades Soma, Jatapuzinho, Makará, Catuau, Cobra e Samaúma e será vendida para cooperativas e organizações indígenas de localidades que tiveram prejuízos com a plantação de mandioca, devido à seca deste ano.
Para trazer essa mercadoria até a Capital, a Seapa cedeu dois caminhões. Segundo o chefe de Transportes da SEI, o apoio do Governo do Estado resulta inclusive em mais lucro para os agricultores indígenas.
“Os Wai-Wai produzem muito, mas a logística pra eles é cara e complexa. Atravessam a mercadoria de canoa até a margem do rio Jatapu e depois o produto é trazido de caminhão. Eles procuravam apoio, não recebiam resposta e vendiam mais barato para atravessadores. Hoje, além de ajudar no transporte, conseguimos depósito pra armazenar o produto deles. Então, têm tempo para buscar compradores e comercializar por um valor lucrativo”, ressaltou Washington Monteiro.
Segundo ele, o apoio às comunidades indígenas não se limita ao transporte de produtos agrícolas. “Temos feito um trabalho interessante. Já ajudamos inclusive a montar uma aldeia, na região do Vizeu, Terra Indígena São Marcos, utilizando esse caminhão três quarto. Carregamos palha, madeira e barro para construção das moradias. Transferimos os índios de um lugar em que eles não queriam mais morar, porque não tinha água nas proximidades, para outro com melhores condições de subsistência”, disse.

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