Educação

Izaias defende CPI

O deputado Izaias Maia (PRB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima, nesta quarta-feira (9), durante sessão ordinária, para falar sobre a greve na educação do Estado. Ele classificou como ‘jogo da mentira’ as declarações do governo, de que teria feito acordos com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (Sinter) e que a greve não teria mais motivos para continuar.
Maia lembrou que nesta quinta-feira (10), completa 30 dias de paralisação das aulas. E, infelizmente, segundo o parlamentar, o Executivo anunciou no fim da tarde desta terça-feira (8) por meio da Casa Civil, que encerrou as negociações com o sindicato. Além disso, teria desfeito todos os demais acordos firmados anteriormente com a categoria. 
“Meu povo, nós estamos tratando é de educação, que é a pilastra do desenvolvimento de um município, de um estado e de um país. Por que desse cabo de guerra? Eu conversei novamente com o Sinter e eles disseram que tudo que eles [governo] prometeram é conversa fiada”, ressaltou Maia.
Ele defendeu a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Educação. “Quem não deve, não teme”, afirmou o parlamentar, ao destacar que se forem detectadas falcatruas, os responsáveis devem responder judicialmente. O discurso do deputado foi acompanhado por centenas de professores que ocuparam as galerias do Plenário. Com aplausos e cartazes, os docentes reforçaram o pedido de CPI.
Em aparte, o deputado Evangelista Siqueira (PT) lamentou o ato do governo em encerrar o canal de diálogo com os professores. Ele alertou que com essa atitude do Executivo, os ânimos se incitam cada vez mais e o movimento grevista deve aumentar.
“Fechar o canal de diálogo não é papel de um gestor. Deve ser exaurir todas as formas de diálogo em um momento como esse, pois estamos lidando com a educação no estado de Roraima. Travamos uma luta para a aprovação do Plano Estadual de Educação e conseguimos. E precisamos dar uma resposta também aos trabalhadores e pais de alunos que estão sofrendo juntamente com os estudantes, pois o ano letivo já estar prejudicado”, afirmou Siqueira.
O petista apelou para a sensibilidade do líder governista, deputado Brito Bezerra (PP), para que essa situação seja revista. “Nós temos que rever essa situação, meu companheiro. Não dá para fechar o canal de diálogo e tratar a educação assim. Exijo que voltemos a dialogar, sentar-se à mesa de negociação e chegarmos a um entendimento final”, declarou Siqueira.
Em resposta, Brito concordou com os discursos dos demais colegas e disse ser favorável a instalação da CPI da Educação, mas ressaltou que as investigações nos contratos da pasta devem atingir as gestões anteriores. Segundo ele, existem indícios de irregularidades nos contratos da merenda e transporte escolar, além de pessoas que foram contratadas por empresas terceirizadas, mas que não cumpriam expedientes.
Sobre o Sinter, o parlamentar criticou a categoria. “Quero que todos saibam que o Sinter não se entende internamente. O senhor Ornildo vai lá com a governadora, discute uma pauta, traz para a base e uma ala dita como radical pelo próprio Sinter vai e protocola outra Ata”, disse Brito. Conforme ele é preciso ter consciência política séria e não polemizar a educação.
“O que falta é diálogo. E não é por conta do governo do Estado, pois nós estamos recebendo várias vezes o Sinter, mas eles não se entendem internamente. Portanto, não tem como acordar. Precisamos de uma comissão que represente a educação. Nesse momento, o Sinter não está representando”, afirmou.