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Treinamentos

Cadetes dos Bombeiros de Roraima e Ap preparados para salvamento.


Tepequém treina cadetes

Distante da Capital 212 quilômetros, a serra do Tepequém, localizada no município do Amajarí, atrai inúmeras pessoas todos os anos em busca de diversão nas cachoeiras e pelo clima serrano. E foi nesse cenário que 39 cadetes do curso de Formação de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima e do Amapá encerraram mais uma etapa da formação profissional. O treinamento ocorreu na semana passada, durante três dias.

A Serra do Tepequém possui características geográficas propícias à prática de rapel, arvorismo, escalada e outras áreas do turismo de aventura. A disciplina de Salvamento em Altura, ministrada pelo tenente coronel Gewrly Batista é desenvolvida em Boa Vista na Apics (Academia de Polícia Integrada Coronel Santiago). Durante três dias, os cadetes participaram da aula prática na Serra do Tepequém, onde puderam colocar à prova o conhecimento adquirido em sala de aula em pouco mais de um ano e meio de curso.

A PRÁTICA - No primeiro dia de instrução, os 24 cadetes de Roraima e os 15 do Amapá, foram a um dos pontos turísticos da serra, a cachoeira do Paiva. No primeiro momento, os cadetes fizeram o reconhecimento geográfico para em seguida realizar as técnicas de rapel, tirolesa, técnica salvamento em cachoeira e aprenderam sobre a fixação de grampo “P” com chapeleta de ancoragem, pontos de ancoragem de meios móveis e perfurações de rocha para ancoragem. Esses equipamentos são de extrema importância para a segurança dos militares e das vítimas no momento de uma ocorrência real.

Para o cadete Juscelino Soares, a atividade foi essencial para formação da vida profissional dos bombeiros e a localidade escolhida pela equipe de instrução foi precisa. “O Tepequém é um local bastante visitado e que pode a qualquer momento precisar dos serviços dos bombeiros”, disse.

No segundo dia de instrução, os cadetes reforçaram os conhecimentos adquiridos no primeiro dia de atividade prática, desta vez, na cachoeira do “Barata”, na parte que apresenta uma queda d’água de aproximadamente 50 metros. Na ocasião, os cadetes receberam orientações quanto à prática de ancoragem e rapel em cachoeiras com tempo instável. “A chuva é um fator que deve ser considerado quando se fala em escalada e tirolesa, uma vez que estamos em ambiente de montanha e cachoeira. O risco de tromba d’água é iminente”, afirmou um dos instrutores, o major Mário Grande Turco.

Ainda no segundo dia, os cadetes também foram ao platô da serra, um dos pontos mais cobiçados pelos visitantes e amantes da natureza. Eles partiram da Vila do Paiva e depois de quase duas horas de caminhada chegaram ao cume da montanha. Lá, receberam orientações das possíveis situações de ocorrências que podem surgir no ambiente como aquele.

Como parte do treinamento, foi feita uma simulação de acidente com duas vítimas. Uma das vítimas, em estado grave, teve que ser transportada de maca, do topo do platô ao ponto de partida onde ficam os veículos. A segunda vítima, com possível fratura de membro superior, recebeu os primeiros socorros e teve o membro imobilizado. A descida pela trilha durou aproximadamente quatro horas.

No terceiro e último dia de prática, uma das atividades mais esperadas pelos cadetes: o rapel e a escalada em cachoeira. O cenário escolhido pela equipe de instrução foi a cachoeira do “Funil”, com uma queda d’agua de aproximadamente 100 metros e um barulho ensurdecedor. Essa cachoeira é uma das mais distantes da vila e, para chegar ao atrativo é necessária uma caminhada de quase uma hora, em meio às trilhas dos antigos garimpeiros.

Os 39 cadetes tiveram que efetuar a descida até certo ponto da cachoeira e iniciar a escalada utilizando as mãos e os pés. Durante a ascensão, os militares estavam suspensos com o cabo de segurança, fixado na cadeirinha (boldrié) e equipamentos de proteção individual. A atividade requer bastante preparo físico dos militares.

Segundo o tenente coronel Gewrly Batista, a instrução durante os três dias no Tepequém foi satisfatória, não houve ocorrências de acidentes com a equipe de instrução, nem com os cadetes. “Os cadetes estão em processo de formação e devem concluir o Curso de Formação de Oficiais ainda este ano. Serão 24 militares de Roraima e 15 do Amapá habilitados ao oficialato que serão entregues às suas respectivas corporações altamente preparado para atender a sociedade nos mais diversos tipos de missões, em solo, água e no ar. Os militares estão sendo capacitados no mais alto padrão de ensino”, avaliou.

 

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