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Greve

Educação indígena faz greve geral


Durante seminário para discutir a educação indígena, realizado por cinco comunidades na comunidade no Manoá, em Bonfim, que teve como tema a situação da educação indígena em Roraima, foi anunciada greve geral por tempo indeterminado, a começar do dia 11 de agosto. O evento encerra hoje. Segundo o presidente da Organização dos Professores Indígenas de Roraima (OPIRR), Misaque de Sousa Antônio, além da exclusão do capítulo de educação indígena do Plano Estadual de Educação, as comunidades têm diversas outras exigências.
“Primeiro que é inaceitável nosso povo não ter direito a aprender a língua-mãe de cada etnia. Seria o mesmo que proibir o branco de aprender o português. Ensinar fazer beiju, trançar, cantalorar nossas canções, também é educação. Excluir esse capítulo é o mesmo que tentar arrancar nossas raízes”, disse Misaque.
Outras reivindicações da categoria são: transporte escolar; pessoal de apoio, merenda; falta de reforma e ampliação de algumas unidades. “Nossas estruturas estão precárias. Em algumas escolas, construídas há mais de 20 anos que nunca foram reformadas, é impossível entrar, pois o teto está caindo e está tudo quebrado. Reconhecidas atualmente temos apenas 265 unidades”, pontuou Misaque.
O gestor da escola Indígena Nossa Senhora da Consolata, da comunidade do Manoá, Alan Douglas, afirmou que só voltarão a trabalhar quando a atual gestão governamental anunciar propostas coerentes às solicitações atendendo pelo menos 90% das reivindicações.
“Só aqui na região temos 342 alunos, não é fácil ser professor, vigia e zelador ao mesmo tempo. Estamos excluídos do resto. Temos o direito à educação como qualquer outro ser humano, o que temos de diferente é apenas a nossa cultura e ela deve ser preservada”, pontuou Douglas.     
O encontro que encerra hoje reuniu lideranças, gestores, professores, parlamentares, alunos e pais de alunos.

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