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Parque do Lavrado

Deputados se manifestam contra a criação de área de conservação no Amajari.


Parlamentares contra o parque
 
O pronunciamento do deputado Marcelo Cabral (PMDB), durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 5, na tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), ganhou força de outros parlamentares, também contrários a criação do Parque Nacional do Lavrado, área de conservação pretendida pelo Governo Federal.
Cabral disse ser contra o marco de terras no estado de Roraima em área produtiva, pois, com a criação do parque, com 21 mil hectares, a área fértil no Amajarí diminuirá para 28,9%. “No município moram pessoas centenárias, que tiram seu sustento daquela terra. Chega de demarcações em áreas produtivas”, clamou.
De acordo com o deputado, essa demarcação só sai se o Governo do Estado autorizar. Cabral pediu apoio dos demais parlamentares, bem como de suas bases federais e do bloco do Governo na Casa, no intuito de marcar uma audiência com a governadora Suely Campos (PP) para ouvir a população de Amajari.
“Essa demarcação só sai se a governadora quiser e isso está no decreto. Então, os vereadores, a sociedade e pecuaristas daquele município precisam ouvir da governadora uma explicação. Esse parque não pode ser no Amajari”, ressaltou Cabral.
Em aparte os deputados Gabriel Picanço (PRB), Chico Guerra (PROS), Mecias de Jesus (PRB), Soldado Sampaio (PC do B) e Coronel Chagas (PRTB) se colocaram a disposição para ajudar a encontrar uma saída e se manifestaram também contra a criação do Parque do Lavrado em área produtiva.
“É um tema que nos preocupa muito, e de conhecimento de muitos que Roraima está ‘amarrado’. Conte com nosso apoio, precisamos dar um basta nisso”, disse Chagas.
Cabral, durante sua explanação citou a manifestação liderada por ele, realizada no último sábado, 01, na BR-174, sentido Pacaraima, a 90 quilômetros da Capital, no município de Amajari, que teve como objetivo chamar atenção das autoridades e da sociedade contra a demarcação do Parque do Lavrado.
“O que não aceitamos é que seja em área produtiva, pois vai tirar pessoas que acreditam e vivem naquela localidade. Eu sempre digo tudo que nós comemos na cidade vem do interior, se o interior é fraco o Estado todo também é fraco, temos que fortalecer o setor primário, e com essa demarcação estamos enfraquecendo” ressaltou Cabral.
O morador de Amajarí, Luiz Laranjeira, estava presente na sessão e disse ser contra a demarcação. “Somos contra a maneira que o Governo Federal quer alocar mais uma reserva em nosso Estado, em terra produtiva. Nós produtores vivemos do sustento daquela terra”, declarou.
LAVRADO 
A maior área de campos naturais da Amazônia, o Lavrado de Roraima, é um ambiente que, apesar das semelhanças com o Cerrado do Planalto Central, possui fauna e flora específicas. O número estimado por quilômetro quadrado de plantas é quatro vezes maior do que as savanas do Centro-Oeste brasileiro. São mais de 600 espécies animais registradas, muitas delas exclusivas desta região. A área pretendida do Parque do Lavrado é de 21 mil hectares, atingindo muitas propriedades rurais, áreas produtivas do Amajari, na região do Ereu.

 

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