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Estupro coletivo

Garota de 13 anos nega à policia ter sido vítima de estupro coletivo.


Garota nega ter sido violentada

Emily Costa e Inaê Brandão
Do G1 RR

A menina de 13 anos que foi encontrada desacordada na RR-205 na terça-feira (28) em Boa Vista negou ter sido vítima de estupro em depoimento à Polícia Civil na tarde desta quarta-feira. Ela ainda declarou não ter feito sexo com nenhum dos adolescentes suspeitos de participar de um estupro coletivo. A garota e a mãe prestaram depoimento à polícia logo após receber alta e deixar o Hospital Geral de Roraima. Apenas dois, dos quatro suspeitos de terem cometido o ato, foram identificados. Ninguém foi preso.
Logo após prestar depoimento à polícia, a menina disse ao G1 que saiu com nove amigos, sendo quatro meninas e cinco meninos, na tarde de terça. Todos eles foram para um sítio na região rural da capital onde consumiram bebida alcoólica.
"Não aconteceu nada. Caí na estrada porque bebi muito e só perdi a consciência naquela hora", disse a jovem afirmando que só consumiu bebida alcoólica. "Comecei a beber neste ano e depois de tudo aprendi que tenho que parar de beber", declarou a garota.
Conforme a delegada geral do estado, Haydèe Magalhães, a menina admitiu em depoimento que tinha ingerido bebida alcoólica, mas negou ter perdido a consciência. Ela também disse que todos que estavam na 'festa' no açude haviam consumido maconha e bebido cachaça.
"A vítima contou que eles estavam todos festejando e que não houve sexo entre eles. Em contrapartida, assumiu ter bebido cachaça", declarou Haydèe em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta.
Para a delegada, o fato da menina ter negado o ato, não muda a "linha de investigação da Polícia Civil". "Faz alguma diferença, sim, mas a questão de negar não influencia no caso. Ela pode ter tido uma recaída moral e estar mentindo. Então, só as investigações vão poder comprovar o que de fato aconteceu", disse.
No depoimento, a garota disse que chegou acompanhada dos garotos ao local onde teria ocorrido o ato, na zona Oeste de Boa Vista. Segundo ela, todos tinham se encontrado em uma parada de ônibus nas proximidades.
Delegada geral disse que o depoimento da garota não muda a linha de investigação da Polícia Civil (Foto: Emily Costa/ G1 RR)
Delegada geral disse que o depoimento da garota
não muda a linha de investigação da Polícia Civil

"Quando chegou a esse ponto de ônibus, ela se encontrou com os outros que estavam com uma garrafa de cachaça e todos seguiram andando para o local, onde o ato pode ter ocorrido", disse a delegada, acrescentando que a polícia também vai tentar localizar quem vendeu a bebida.
Sobre ter sido achada desacordada na RR-205, a garota disse que havia desmaiado na rodovia porque estava com fortes dores de cabeça. "Ela disse que foi até lá caminhando e completamente consciente. No entanto, acabou desmaiando e disse ter ficado surpresa porque foi abandonada pelos adolescentes, que eram conhecidos dela", afirmou Haydèe.
A menina contou que estava há quatro dias morando na casa de uma amiga, porque tinha deixado de viver com a mãe. A delegada informou que os familiares da garota não registraram Boletim de Ocorrência para relatar o sumiço da garota. Por conta disso, a polícia também vai investigar se houve negligência por parte da família da menina.
"Ela disse que esta foi a segunda vez que saiu de casa e também contou que não era mais virgem desde o começo do ano", declarou Haydèe.
A delegada explicou também que os dois adolescentes não foram recolhidos na terça, porque não havia provas "contundentes" para o recolhimento deles. No entanto, todos os cinco envolvidos no caso ainda vão ser intimados para comparecer à delegacia e devem responter pelo ato.
Garota estava deitada na RR-205 quando foi encontrada por uma mulher que passava pelo local (Foto: Arquivo pessoal)
Garota estava deitada na RR-205 quando foi

Após a mãe da garota também ser ouvida na Delegacia da Infância e Juventude (DDIJ), as duas seguiram para o Instituto Médico Legal (IML) para que a adolescente seja submetida ao exame de corpo de delito. O resultado oficial do laudo será emitido dentro de 30 dias.
'Estava preocupada', diz mãe.
À reportagem, a mãe da menina afirmou que não via a filha desde sábado (25) quando a garota saiu de casa sem avisar para onde ia. Ela só reencontrou a filha na manhã desta quarta e não quis comentar sobre o suposto estupro.
"Fiquei muito preocupada. Chorei quatro dias e fiquei quatro noites sem dormir. Faz dois dias que não como. Mas hoje estou bem, graças a Deus", disse.

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