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Hepatites virais

Pacientes terão acesso a atendimentomultidisciplinar no \"Coronel Mota\".


Doentes atendidos no HCM

No Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais as ações de prevenção, combate e controle da doença serão reforçadas em Roraima, com a implantação do Atendimento Multidisciplinar aos Portadores de Hepatite Viral Crônica, no SAE (Serviço Assistencial Especializado), localizado na parte interna do Hospital Coronel Mota.

Com a iniciativa do Governo do Estado, a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) prestará a assistência aos pacientes de forma integrada, nos períodos da manhã (8h às 12 horas) e tarde (14h às 18 horas).

Será atendida inicialmente a demanda espontânea, ou seja, os pacientes que irão ao Hospital Coronel Mota e que serão encaminhados ao SAE. Posteriormente serão beneficiados também os pacientes da Rede de Atenção Básica dos 15 municípios do estado e as áreas indígenas. Somente os casos crônicos ou que possuem a necessidade de realizar um diagnóstico mais especializado serão encaminhados para o SAE.

Os agendamentos poderão ser feitos durante toda a semana, mas a consulta médica será realizada sempre nas quartas-feiras, pela manhã e pela tarde.

Atualmente, 108 pacientes estão em tratamento com hepatite viral no SAE e uma média de 52 casos positivos no estado. “Sem o tratamento adequado, o agravamento da doença pode gerar câncer e até morte. É uma doença importante na saúde pública, por isso nos preocupamos em dar olhar de acolhimento a esses pacientes para que possam ser tratado da melhor forma possível”, declarou a coordenadora Geral da CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde), Daniela Souza.

Diante disso, o secretário de Saúde, César Penna, destaca que o objetivo é proporcionar assistência de qualidade aos portadores desta doença. “Para alcançar esse objetivo foi feito um estudo de toda a necessidade, de forma que a proposta é garantir assistência clínica, terapêutica, farmacêutica e psicossocial, em nível ambulatorial. Com isso esperamos fixar o paciente a uma equipe multidisciplinar que o acompanhará ao longo de sua doença, melhorando a qualidade de vida dessa população no estado de Roraima”, esclareceu. 

As Hepatites virais envolvem um tratamento muito complexo, por isso é necessário que esse paciente seja acolhido da forma correta por uma equipe especializada. “É preciso experiência da equié que possa informar e orientar sobre como o paciente deve proceder, que condutas deve adotar, quais os cuidados que deve ter com a alimentação por exemplo”, esclareceu Penna.

Paralelo a implantação do serviço em Roraima, o Ministério da Saúde, em 2015 dividiu a atenção à doença em dois temas: Hepatite C: “ Diagnóstico e tratamento” e Hepatite B: “Prevenção e Vacina”. Esses temas serão trabalhados na Atenção Básica com as campanhas que buscam fortalecer a realização de teste rápido da hepatite C (principalmente para quem recebeu transfusão de sangue antes de 1993, quando não existia triagem para este vírus no banco de sangue), e a aplicação da vacina para Hepatite B.

“Também atuaremos em duas vertentes nos municípios: orientando sobre a vacinação contra a Hepatite A e Hepatite B. O Estado atua na distribuição das vacinas para os municípios. Já contra a Hepatite C não existe vacinação, a prevenção acontece com o uso de preservativos. O teste rápido garante o diagnóstico precoce e o início do tratamento contra a doença”, explicou a gerente de Hepatites Virais, Jaqueline Aguiar.

Segundo a coordenadora Geral da CGVS, Daniela Souza, os Municípios já receberam todo o material necessário para realizar as campanhas municipais. “No caso das vacinas é importante esclarecer que se trata de uma vacina de rotina, onde as pessoas devem procurar as unidades de forma regular, uma vez que são três doses, a primeira dose, um mês depois a segunda e seis meses depois a terceira dose. E aqui em Roraima a vacina é universal, ou seja, podem tomar adulto, criança e idoso”, complementou.

DOENÇA 

As Hepatites virais estão ente os graves problemas de saúde pública, principalmente pela probabilidade de evolução das formas crônicas para cirrose ou câncer no fígado. Em Roraima, quatro tipos têm importância epidemiológica: que são A, B, C e D, que podem ser divididas em dois grupos de acordo com a forma de transmissão.

Para o grupo da Hepatite A, a transmissão é feita através de água e alimento contaminados (fecal ou oral). Esta não tem chance de evoluir para a forma crônica. Trata-se da forma mais benigna das hepatites virais.

As hepatites B, C e Delta possuem várias formas de transmissão, entre elas, a relação sexual desprotegia, o contato com material de higiene pessoal contaminados com sangue, contato de pele não integra com superfície contaminada (maior forma de transmissão intra-domiciliar). Estas três podem evoluir para a forma crônica.

Para o tratamento existe a vacina para a hepatite A, disponibilizada nas unidades básicas de saúde, para a faixa etária de 1 a 2 anos de idade. Para a Hepatite C não existe vacina. Para a Hepatite B, a vacinação é universal, com três doses. “Ao tomar a vacina contra a Hepatite B o paciente se protege contra o vírus da Hepatite Delta, que é um vírus deficiente que precisa do vírus B pra causar infecção. O perigo maior é que se trata de doença é sintomática e silenciosa, por isso muitas vezes as pessoas podem ter o vírus e não saber, por isso a prevenção é fundamental“, reforçou Penna.

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