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Sistema prisional

Técnicos do Depem farão diagnóstico


Seis técnicos do Depem (Departamento Penitenciário Nacional), ligado ao Ministério da Justiça, estão em Roraima para realizar um diagnóstico do sistema prisional, detalhando as falhas e possíveis melhorias, para em seguida apresentar um plano de ação ao governo estadual, que deve ocorrer na manhã de sexta-feira, dia 24.

O primeiro diálogo ocorreu no início da tarde desta quinta-feira, dia 23, durante reunião com a governadora Suely Campos, secretários de Estado e o consultor especial do Governo, Neudo Campos. O encontro ocorreu no Palácio Senador Hélio Campos e de forma individual, nas secretarias de Educação, Saúde, Segurança e Polícia Civil.

Foram abordados temas como estrutura física, população carcerária, ações permanentes de Educação e Saúde. A equipe do Depem está em Roraima a convite do Governo do Estado, na intenção de apontar melhorias para o sistema penitenciário. “Nossa determinação é avançar em todas as dimensões e, com isso, queremos melhorar o quadro e oferecer melhorias para o nosso sistema prisional”, relatou a governadora, ao afirmar que o primeiro ato da atual gestão do Governo foi buscar apoio junto ao Ministério da Justiça, dada a situação constatada nos presídios do estado.

Roraima tem hoje cinco unidades prisionais: Cadeia Pública Feminina, Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, Cadeia Pública de Boa Vista, Casa do Albergado e Cadeia Pública de São Luiz do Anauá. Juntas somam 1.610 pessoas privadas de liberdade, em cumprimento de pena.

Do total de presos, 47% são jovens com idade entre 18 e 29 anos – dado inferior ao retrato nacional, que tem 70% da população carcerária nessa faixa etária. Dos detentos, 28% concluíram o Ensino Médio (também foge a média nacional que são 8%). Além disso, 6% dos reeducandos são indígenas e 4,5%, estrangeiros.

Entre os crimes, 34% são de tráfico de entorpecentes e 23% por furto e roubo. Dentre os apenados, 63% cumprem pena superior a oito anos de reclusão. A superlotação também é um dado preocupante. Hoje, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a população carcerária conta com aproximadamente 1.200 pessoas, sendo que o espaço tem vaga para 750 detentos.

No diagnóstico apresentado pela diretora de Políticas Penitenciárias, Valdirene Daufemback, foram apontadas as deficiências do sistema local e apresentados os convênios ofertados pelo Governo Federal para a melhoria dos presídios e melhor qualidade de vida para o reeducando.

Um dos problemas citados na apresentação foi o abandono das obras do presídio masculino de Rorainópolis, ao Sul do estado. Por lá foram construídos 80% do projeto e o investimento total é de pouco mais de R$ 6 milhões. A construção está parada por falhas no projeto, que não contemplou o muro e esgotamento sanitário. O governo estadual está estudando a retomada do serviço, de forma que desafogue os demais presídios, com o surgimento de novas vagas.

INVESTIMENTO 

Na apresentação, Valdirene socializou os investimentos do Governo Federal no sistema prisional de Roraima. Segundo ela, de 1995 a 2000, o Estado recebeu pouco mais de R$ 6 milhões. De 2003 a 2010 os repasses somaram quase R$ 6 milhões. A maior queda foi constatada entre os anos de 2011 e 2014, quando o governo estadual não apresentou nenhum projeto para captação de recursos, chegou a apenas R$ 670 mil.

 

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