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Acordos bilaterais

Sul-coreanos discutem recursos tecnológicos


A primeira reunião com a comitiva composta por 12 sul-coreanos, ocorrida na manhã desta quarta-feira, dia 15, no Palácio Senador Hélio Campos, destacou a digitalização de hospitais, tanto na administração quanto na leitura de diagnósticos e consultas em geral. O encontro contou com a presença de representantes do governo estadual, da Colômbia e da Venezuela.

O diálogo com a Coreia do Sul surgiu em janeiro deste ano, observando os avanços tecnológicos desse país, além de infraestrutura, com fabricação de casas pré-moldadas sem a utilização de cimento e tempo de construção de até nove dias, também os setores de Educação e Exportação, especificamente de soja. “Estamos em conversação, caminhando para grandes parcerias, que são de extrema importância para o nosso estado, além de um leque de oportunidades”, enfatizou o consultor do governo estadual, Neudo Campos, responsável pelos diálogos.

O interesse pela tecnologia hospitalar coreana veio da necessidade de aprimorar o atendimento nas unidades de Saúde do Estado, uma vez que os leitos serão ampliados com a finalização das obras do HGR (Hospital Geral de Roraima) e Hospital das Clínicas, no bairro Pintolândia.

Esse modelo de gestão hospitalar coreano foi adotado pelos EUA (Estados Unidos da América), Venezuela, Japão e alguns países europeus. Para Roraima, essa ferramenta pode contribuir para a redução de custos, com a eliminação de papel, por exemplo, e uso de equipamentos de ponta para o tratamento de determinados diagnósticos.

O modelo abrange a eliminação de papel (sem formulários ou prontuários), sistema de comunicação e imagem integrados, sistema eletrônico de registro médico, automatização logística, capacitação continuada, além de tecnologia de vanguarda e tratamento humanizado, considerando que a Coreia lidera o mercado digital do mundo.

Para o secretário adjunto de Saúde, Cesar Penna, é importante destacar os custos com aquisição de insumos em radiologia, por exemplo, que varia entre R$ 400 a R$ 500 mil ao mês e o paciente tem que sair da unidade com rolos de filmes. “Com a digitalização, podemos ter uma economia de até R$ 140 mil e o paciente deixará da unidade com o resultado em mídia [cd, pen drive e outros]”, argumentou.

Na Coreia, que tem população aproximada aos 50 milhões de habitantes, 50% dos tratamentos de saúde são feitos com a aplicação da técnica de acupuntura (ramo da medicina tradicional chinesa, com o uso de agulhas) e nos hospitais as consultas duram em média cinco minutos, com diagnóstico imediato e digitalizado.

Para Neudo Campos, trata do início de uma revolução econômica no estado de Roraima. “Diálogos como esses podem render acordos, geração de emprego, com redução da dependência do contracheque [emprego público] e modernização do sistema”, disse.

O empresário Yong Gul Sul, que é executivo da empresa coreana Dong Chun Mool Sang Co, destacou a importância da parceria com o Governo de Roraima. “Essa parceria é importante tanto para Roraima quanto para a Coreia. Aqui [Roraima] vocês têm toda matéria-prima, não precisa importar nada. Na Saúde, utilizando nossa tecnologia, poderá se transformar em um grande centro de referência de tratamento de doenças como o câncer, por exemplo”, afirmou, ao apontar o interesse pela exportação de matéria-prima para a Coreia.

ENERGIA 

O diálogo com a Coreia também foi iniciado pelo interesse em tecnologia de geração de energia eólica e solar. Por lá, os postes de iluminação pública têm sistema de captação de ventos e de luz solar, o que permite o uso de uma das tecnologias, de acordo com a abundância de matéria. Um protótipo será implantado na escola estadual Carlo Casadio.

Uma empresa americana já esteve em Roraima no início deste ano e constatou, por meio de estudos, o grande volume de ventos e sol na região de Normandia. “É algo que temos que procurar investir. Temos oferta americana e coreana. Vamos analisar direito e ver a viabilidade econômica para o nosso estado”, enfatizou Campos.

Interesse na soja de RR

Atualmente a Coreia do Sul exporta da China 95% da soja consumida no país, com alto custo. Com o crescimento da área plantada em Roraima, o país despertou interesse em comprar essa matéria orgânica.

O campo de plantação de soja em Roraima compreende hoje a 25 mil hectares, com projeção de dobrar em 2016. Segundo Neudo Campos, se formalizado o acordo de exportação de soja para a Coreia, será dado o pontapé inicial para uma grande revolução econômica, para um estado que não tem a rotina de exportação.

Nesta quinta-feira, dia 16, a comitiva e representantes do governo estadual percorrerão alguns campos de produção de soja no município de Alto Alegre, de forma que os coreanos visualizem a plantação e obtenham detalhes técnicos.

Construção de casas

Mais um ponto abordado na reunião com a comitiva sul-coreana foi a construção em larga escala de casas pré-moldadas, com tecnologia avançada, sem o uso de cimento. O governo estadual despertou interesse para habitações populares, a baixo custo, segura e eficiente.

Com essa técnica, uma casa com 72 metros quadrados demora nove dias para ser construída. No Brasil, esse prazo pode se estender até seis meses. Blocos de apartamentos, por exemplo, são edificados em até 30 dias.

“Se faz uma casa em nove dias, é evidente que o custo com mão-de-obra reduz, além de não usar cimento, o que representa 40% do custo de uma obra”, disse Campos, ao informar que o governo vai analisar a viabilidade do projeto e apresentar à sociedade.

A comitiva sul-coreana fica em Roraima até sexta-feira, dia 17. Depois segue em visitas oficiais aos países latino-americanos.

 

 

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