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Abusos sexual

Mais de 3,5 mil vítimas de abuso ou violência sexual na capital.


70% das vítimas eram crianças
 
Em Boa Vista, de 2013 até abril deste ano, 3.526 crianças e adolescentes sofreram algum tipo de abuso ou violência sexual. A informação foi dada pelo secretário Municipal de Gestão Social, Moacir Carlos Collini, durante audiência pública realizada na manhã desta terça-feira, 19, na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), com o tema “Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual e Tráfico de Crianças e Adolescentes em Roraima”.
Com base no Serviço de Enfrentamento ao Abuso, Exploração Sexual de crianças e adolescentes (SEV), Moacir relatou números alarmantes de crianças e adolescentes que já foram abusadas e violentadas sexualmente. O SEV é um serviço disponibilizado no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).
Durante o ano de 2013 na capital, 1.824 crianças e adolescentes sofreram algum tipo de abuso ou violência sexual, sendo que as crianças foram maioria (1.205). No ano seguinte, esses tipos de registros diminuíram para 1.205 crianças e 619 adolescentes. Nos quatro primeiros meses deste ano, são 311 crianças e 104 adolescentes.  Dos 3.526 registros, 72,31% são com crianças.
“Nós precisamos de alguma maneira atuar, principalmente nas causas que estão provocando esses dados. Temos que refletir sobre penas, como a erotização precoce das crianças que estão sofrendo com essa situação e ao mesmo tempo nos adultos que estão se portando como crianças”, frisou Moacir, ao destacar que não adianta só comentar números, mas também provocar uma reflexão na sociedade e diante disto ter uma atitude clara pra coibir esse tipo de violência.
Outro tema destacado por ele foi a questão de procedimentos de investigações e processos, tanto na área de segurança como na área de justiça. Falou do constrangimento de uma criança ao ter que ser submetida a um questionamento para ter que provar sua inocência. “Falar de sexualidade não é algo simples. Se para um adulto é constrangedor, imagine para uma criança. Então é algo que temos que refletir, não só em números, mas também nas causas e nos procedimentos adotados ao abordar uma criança ou adolescente”, disse o secretário, ao chamar atenção das autoridades para a problemática para que sejam tomadas providências urgentes nessa situação.

SAÚDE

A técnica do Núcleo de Ações Programáticas de Saúde da Criança, Valentina de Araújo, da Secretaria Estadual da Saúde, disse que o Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth é referência estadual no atendimento à mulher e adolescente na situação de violência sexual. Ela explicou que em casos da vítima precisar de procedimento cirúrgico, a mesma é encaminhada para maternidade, como também, o Hospital da Criança por não dispor de ginecologista em situação de emergência.
Valentina destacou a necessidade de as instituições de organizarem enquanto rede. “Cada um saber o seu papel e seu universo. A saúde está se organizando, estamos aqui para somar junto aos demais órgãos e com intuito de sair daqui com propostas na prevenção da violência, exploração e tráfico de crianças”, disse Valentina.

 

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