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Crianças e adolescentes

Dados sobre violência a menores são assustadores, diz deputada.


Violência é assustadora em RR
 
“É inadmissível que o direito de ser criança, de brincar, estudar, sorrir, ser feliz seja tirado de uma forma tão inescrupulosa”, disse a deputada Angela Águida Portella (PSC) durante a abertura da audiência pública sobre o “Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual e Tráfico de Crianças e Adolescentes em Roraima”, promovida na manhã desta terça-feira (19), no plenário Noêmia Bastos Amazonas da Assembleia Legislativa de Roraima.
As discussões foram coordenadas pela Comissão de Defesa dos Direitos da Família, da Mulher, da Criança, do Adolescente, do Idoso e da Ação Social, presidida pela parlamentar e servirá para fortalecer a rede de proteção formada por instituições públicas e sociedade civil organizada.
“Existe uma rede de apoio que trabalha muito. Agora precisamos apoiar e fortalecer essa rede, mas não é só o Poder Público. É toda a sociedade civil. É causa que tem ser abraçada todos os dias, 24 horas por dia, pois os dados sobre violência envolvendo crianças e adolescentes são assustadores”, disse a deputada ao lamentar que, infelizmente, o abusador ou explorador pode ser o próprio pai ou alguém próximo da família.
Segundo informações do Núcleo de Proteção a Criança e ao Adolescente (NPCA), da Secretaria Estadual de Segurança Pública, em 2014 foram registrados 102 boletins de ocorrências relacionados a estupro de vulnerável e três de favorecimento à prostituição e aliciamento. Este ano, de janeiro a abril, os casos chegaram a 22 e zero, respectivamente.
“A exploração e o abuso sexual infanto-juvenil, infelizmente acontece em todo o Brasil, mas a região Norte aparece como campeã em rotas de tráfico de crianças e adolescentes para os fins de exploração sexual. Faz parte deste contexto desigualdades sociais, econômicas, políticas e culturais”, afirmou Ângela.
O presidente da Associação de Conselheiros e ex-Conselheiros Tutelares do Estado de Roraima, Adiuilson Ribeiro do Carmo, lamentou que dos 15 municípios do Estado, apenas seis possuem Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS).
Conforme ele, o serviço dessa rede de proteção é o primeiro atendimento prestado à criança e adolescente vítima de violência. Ele fez um apelo para que esse tipo de acolhimento seja oferecido em todos os municípios do interior de Roraima.
“Recentemente, ficamos sabendo de um abuso contra uma criança de oito anos, no bairro Professora Araceli Souto Maior, pelo irmão adolescente e pelo vizinho. Isso é lamentável e, infelizmente, é a realidade do nosso estado e do Brasil. Vamos ficar atentos com nossas crianças. Eu peço que o CREAs seja levado para todos os municípios do interior, do Uiramutã a São João da Baliza”, solicitou o conselheiro tutelar.
Os atendimentos nos CREAS visam fortalecer os vínculos familiares, prevenir o abandono, combater estigmas e preconceitos, assegurar proteção social imediata e atendimento interdisciplinar. Também contribuem de forma integrada para a redução da violência contra a criança e o adolescente, principalmente no que se refere à violência doméstica e sexual.

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