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Enchente

Em cinco meses, Rio Negro sobe quase sete metros em Manaus.


Rio Negro sob e já ameaça

Leandro Tapajós
Do G1 AM

Segundo levantamento divulgado pelo Porto de Manaus, o Rio Negro subiu 6,87 metros entre 30 de outubro de 2014 e 02 de abril de 2015. Entre janeiro e o começo de abril deste ano, o registro foi de 5,08 m. No mesmo período do ano passado, o Negro encheu 4,49 m. 
A subida das águas é progressiva e poderá afetar bairros situados nas proximidades do Centro da cidade. A Defesa Civil do Município montou um plano de ação para auxiliar pessoas que vivem em áreas alagadas. De acordo com o órgão, serão construídas passarelas ou pontes em vários bairros a partir desta segunda-feira (6).
Rua dos Barés, no Centro de Manaus, nesta sexta-feira  (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Em 2014,  ruas no Centro de Manaus atingidas pela subida do Rio Negro (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Para minimizar os impactos da cheia, o Gabinete de Gestão Integrada do Município (GGI)  monta a Operação SOS Enchente, que deverá ser colocada em prática na capital. A ação deverá unir secretarias do estado e a Prefeitura.
Na primeira quinzena de março deste ano, moradores da Zona Sul da capital já relataram ao G1 os riscos e o medo que fazem parte da rotina de quem mora em áreas alagadas. A convivência com diferentes tipos de animais - como cobras -  é apenas parte do drama nesses locais.
Nível máximo
Segundo o CPRM, que divulgou a estimativa da cota máxima em Manaus na última terça-feira (31), a capital deverá enfrentar uma grande cheia em 2015. "A previsão é que o Rio Negro atinja uma cota entre 28,89 e 29,59 indicando, portanto, uma cheia acima da média. Para saber se essa cheia vai ultrapassar a de 2012, é preciso aguardar o mês de abril para ver o comportamento das chuvas que ainda caem na Cordilheira dos Andes [o degelo influencia a cheia no Amazonas]. O indicativo é de uma cheia grande", informou superintendente do CPRM, Marco Antonio Oliveira, durante coletiva de imprensa.
Em 2014, Manaus registrou a quinta maior cheia da história. Na ocasião, o prefeito Artur Neto chegou a decretar situação de emergência. Ruas foram  interditadas e moradores de diversas áreas relataram problemas causados pela subida das águas. Pelo menos 14 bairros da área central da cidade foram afetados pela cheia, dentre eles São Jorge, Educandos, Raiz, Betânia e Presidente Vargas.
Em maio de 2012, o nível do Rio Negro bateu o recorde da maior cheia registrada em cem anos. A cota chegou a 29,78 m, superando em 1cm a cota registrada em 2009, quando o nível do rio chegou a 29,77 m, o maior registro até então.
Interior do estado
Ao todo, 12 cidades estão em situação de emergência em decorrência da cheia de outros rios no interior do estado: Itamarati, Guajará, Ipixuna, Eirunepé, Envira, Canutama, Tapauá, Carauari, Pauini, Lábrea, Atalaia do Norte e Benjamim Constant.
Segundo Defesa Civil, cerca de duas mil pessoas sofrem com efeitos da cheia em Eirunepé (foto) (Foto: Divulgação/Defesa Civil)
Segundo Defesa Civil, cerca de duas mil pessoas sofrem com efeitos da cheia em Eirunepé (foto) (Foto: Divulgação/Defesa Civil)
O município de Boca do Acre - que também sofre influência da cheia do Rio Acre - decretou situação de calamidade pública no dia 10 de março.
Na região do Alto Solimões, há quatro cidades em alerta: Tabatinga, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá e Tonantins. Humaitá, que é banhada pelo Rio Madeira, também está em alerta.

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