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Atenção Especial

Autistas mostram talento em exposição na Rede Cidadania.


O talento do autista 

Muitas vezes o mundo introspectivo dos autistas é manifestado de outras formas, como nas artes. E foi esse trabalho desenvolvido pelos autistas atendidos pelo programa Rede Cidade Atenção Especial, que abriu o segundo dia de programação das atividades especiais alusivas ao Dia Internacional do Autismo, comemorado nesta quinta-feira, dia 2. A programação contou ainda com um debate entre profissionais do projeto e mães para troca de experiências sobre este transtorno.

Uma das características dos autistas é a dificuldade de interação social. Por isso, muitos se dedicam e apresentam talento para manifestações individuais, como pinturas e artesanato. Essas são algumas das atividades oferecidas pelo Rede Cidadania e os trabalhos desenvolvidos foram expostos na manhã desta quarta-feira, dia 1º, na sede do projeto.

São pinturas em telas, desenhos e artesanatos diversos. Um desses artistas é José Pereira Lima Neto, de 11 anos. Aos cinco anos ele descobriu a habilidade para desenhar e, com a prática, o próximo passo foi a pintura em tela. “Fiquei nervoso em saber que meus quadros seriam expostos. Adoro pintar e quero estudar para ser um profissional mesmo”, conta o menino.

Um dos quadros pintados por José retrata um homem e uma mulher que, segundo ele, foi em homenagem aos pais. A mãe dele, Josicleia da Silva Lima, se emociona ao ver o talento do filho. Ela tem outro filho, de três anos, com Autismo, e apenas a filha de nove anos não apresenta o transtorno. “O maior desafio é o preconceito por parte das pessoas. Apesar de algumas dificuldades, estimulo meus filhos para que possam ter uma vida praticamente normal. Como eu e meu marido somos professores, sabemos da importância desse estímulo desde cedo”. E completa: “A Rede Cidadania ajudou muito no desenvolvimento deles, só tenho agradecer pelo trabalho realizado”.

A secretária do Trabalho e Bem-Estar Social, Emília Campos, enfatiza a importância da realização da exposição. “Há uma riqueza de informações que eles transmitem nos trabalhos e esta é uma oportunidade para que possam mostrar essa arte", destacou.

DEBATE 

A programação desta quarta-feira contou ainda com o debate e troca de experiências com mães de autistas e profissionais do projeto, ministrado pela psicóloga Flaviane Carvalho da Rocha.

A profissional destaca que a integração dos profissionais com a família é essencial para os resultados satisfatórios com o tratamento. Destaca ainda que os diagnósticos têm aumentado ao longo dos anos, porque as pessoas estão buscando mais informações e, consequentemente, os casos têm sido identificados com mais frequência. “O diagnóstico pode ser realizado a partir dos oito meses, por meio de uma avaliação clínica e entrevista com os pais. As pesquisas não revelaram ainda uma causa, mas pode ser influenciado por questões genéticas e fatores externos, por exemplo, algum problema de saúde durante a gravidez”, explica.

A secretária Emília Campos também entatiza a necessidade dessa troca de experiências entre as mães. “O Autismo possui níveis diferentes e tratamentos específicos, com diagnóstico por meio da observação. Por isso essa troca de experiências é fundamental e vamos garantir total apoio a essas mães com a realização de outros encontros como esse, essenciais para o tratamento de seus filhos”, explicou.

 

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