Educação

Detentos iniciam ano letivo

A escola estadual Professora Crisotelma Francisca de Brito Gomes, instalada nas dependências da Pamc (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo), começou nesta terça-feira, dia 24, o ano letivo de 2015.1 com 458 reeducandos matriculados. A escola dispõe de 17 professores que atendem a 417 homens da Pamc e 41 mulheres da CPFBV (Cadeia Pública Feminina de Boa Vista) nos turnos matutino e vespertino.   

Durante o evento, o secretário estadual de Justiça e Cidadania, Josué Filho, anunciou que a secretaria trabalha na implantação de programa de remissão de pena por meio da leitura, à exemplo do que ocorre em outros estados. A intenção é disponibilizar a remissão de um dia de pena para cada leitura de obra literária clássica, científica ou filosófica, a partir da produção de resenhas. “Educar também é uma forma de libertar. Além disso, a leitura significa mais conhecimento adquirido”, observou.

Na avaliação do secretário, o fortalecimento da Educação é um dos indicativos de que as dificuldades no Sistema começam a ser superadas, embora ainda haja muito a ser feito para melhorar as condições do sistema prisional com um todo. “Apesar de todas as dificuldades, a Educação é uma grande conquista para os reeducandos”, ressaltou.

Para a coordenadora de assuntos educacionais do DJDHC (Departamento de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania), Edna Moura, o número de matriculados aumentou, motivo pelo qual o Estado tem buscado parcerias para proporcionar não somente a educação básica, mas também, a realização de cursos profissionalizantes. “O Estado está colaborando com o sistema, trazendo a educação para dentro da unidade prisional. Esperamos que todos aproveitem esta oportunidade”, disse.

A gestora da escola, Maria Arlete Vieira, ressaltou a importância dos estudos no processo de ressocialização. “Independentemente do ambiente, o professor vai desenvolver suas atividades com um olhar voltado para o futuro, abrindo as portas do conhecimento para estas pessoas”, comentou.

O secretário-adjunto de Educação, Jules Rimet Soares, ressaltou que o Estado tem buscado melhorar o sistema de ensino e, no sistema prisional, as dificuldades a serem superadas são as mesmas que nas escolas regulares. “Precisamos ter um olhar voltado para a construção de uma nova realidade e a escola é o início, o começo da construção de uma nova história para estas pessoas”, enfatizou.