- 29 de outubro de 2024
Mulheres comandam melhor
A tendência de ampliação do número de mulheres empreendedoras já é considerada a segunda revolução feminina em relação ao mercado de trabalho. A primeira aconteceu quando as mulheres iniciaram a construção de suas próprias carreiras, em busca de reconhecimento, autonomia financeira e respeito social, deixando para trás a figura da submissa dona de cada.
Segundo o anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, elaborado pelo Sebrae em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a quantidade de empregadoras no país cresceu 19% em uma década. Já entre os homens, esse aumento foi de apenas 3%.
Outra pesquisa recente sobre o perfil das mulheres empreendedoras foi realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. Os números revelam que 72% das empresárias não trocariam seu negócio por um emprego de carteira assinada e carga horária fixa, mesmo que o salário fosse compatível com a renda da empresa.
Análises de mercado realizadas entre os anos de 2013 e 2014, mostram também que a taxa de sobrevivência das empresas lideradas pelas mulheres, sobrevivem mais. “É visível a força que a mulher tem a frente do mercado, mesmo ainda estando em número menor do que os homens. Elas estão buscando mais organização, mais conhecimento e interação com o mercado de forma mais qualificada”, explicou a analista do Sebrae, Eliene Araújo.
De acordo com Eliene, as características empreendedoras são comuns tanto aos homens quanto às mulheres, porém, as empreendedoras femininas se preocupam mais com a capacitação dos seus colaboradores. “Se pudermos destacar uma diferença de gestão masculina e feminina é que a mulher tem uma percepção melhor das pessoas e do ambiente organizacional da empresa que se torna mais favorável também ao desenvolvimento dos colaboradores. Mesmo que a mulher esteja à frente da empresa, ela está preocupada em treinar seus colaboradores e, essa é realmente, uma característica bem peculiar”, afirmou.
Negócios de família
Outra característica comum aos empreendimentos femininos é o maior envolvimento da família na atividade. Em Roraima, existem exemplos bem consolidados dessa tendência. Entre eles está o empreendimento Elifarma, de Eliane de Souza Silva.
Há 28 anos no mercado local, a Elifarma se consolidou como a primeira farmácia de manipulação do Estado. O modelo de gestão adotado por Eliana já garantiu prêmios importantes como o Mulher de Negócios e MPE Brasil, conquistados em 2009 e em 2012. Hoje, ela conta com o apoio das duas filhas e do pai que auxiliam na gestão da Elifarma.