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Polícia Civil

Delegada Geral quer dar resposta imediata a ocorrências de crimes no Estado.


Resposta rádpida a crimes

A roraimense Haydèe Nazaré de Magalhães é a primeira mulher a ser a titular da Polícia Civil do Estado. Empossada no dia 02 de janeiro deste ano, a delegada geral cumpre a missão de fazer um diagnóstico da atual estrutura das unidades policiais na Capital e no Interior. Sob o comando dela estão 15 municípios e uma equipe de aproximadamente mil pessoas.

A meta principal em sua gestão é atender a população que, para ela, está desassistida, melhorando o atendimento humanitário aos grupos vulneráveis e dando uma resposta mais imediata na apuração de crimes.

De imediato, a delegada geral realizou um diagnóstico da atual situação da Polícia Civil e foram encontradas inicialmente 16 tipos de carências, sendo a principal a deficiência de infra-estrutura e logística, como a falta de espaço físico, de equipamentos e um melhor aparelhamento.

Haydèe Magalhães destaca que a gestão anterior implantou um sistema que desassistiu a população, quando retirou dos distritos o atendimento ao público no sistema de plantão 24 horas e criou duas Centrais de Flagrantes.

"Isso, na minha opinião, deixou a Polícia Civil engessada. A função das Centrais é atender apenas ocorrências de flagrante, elas não realizam investigações. Por exemplo, após às 13h30, quando uma ocorrência é levada para a Central, se não for um caso de crime em flagrante é registrado um boletim de ocorrência que será encaminhado para a delegacia competente. A resposta não é imediata", observa.

Para a delegada geral, o primeiro ponto para solucionar essa situação é retornar os atendimentos nas delegacias e distritos policiais para atender a população. "Mas a primeira dificuldade para se fazer isso é que não temos prédios, não temos espaços físicos. Encontrei quatro distritos demolidos e desses apenas dois em obras. Como vou implantar esse plano se não temos estrutura física? Estamos estudando uma forma para resolver essa questão", informou.

O efetivo, segundo a delegada geral, é outra questão a ser resolvida. Apesar de ter policiais a disposição de algumas secretarias, essa quantidade não afeta o serviço, mas é intenção do Governo  retorná-los para a Polícia Civil. O problema principal é a falta de concurso público. O único concurso público da Polícia Civil foi realizado no ano de 2003, sendo a primeira turma empossada em 2004. E desde então o efetivo já foi bastante reduzido, tendo em vista o número de policiais civis que migraram para outras áreas através de concursos públicos.

Ciente dessa situação, o atual governo pretende realizar concurso público, inclusive para a área meio (administrativa), liberando os policiais que hoje ocupam esta área, aumentando assim o efetivo policial.

Outras carências pontuadas pela delegada geral são: a deficiência de comunicação entre as unidades policiais; baixa produtividade em relação à conclusão de inquéritos policiais; não informatização das unidades policiais; má distribuição de recursos humanos; ausência de capacitação dos gestores e servidores em geral; ausência de padronização de procedimentos cartorários e administrativos; aumento do índice de servidores com problemas de saúde.

"Montamos um Plano de Gestão para 2015/2016 e uma das minhas metas é zelar pela saúde do profissional policial. A primeira providência nesse sentido é implantar a rotatividade da lotação de todos os policiais. Devido a questões inerentes ao cargo, cada policial não deveria passar mais de um ano em um mesmo ambiente. E temos vários casos de policiais que estão há vários anos no mesmo lugar, exercendo a mesma função, dificultando a formação desse policial, que deve estar apto a atuar em todas as áreas. Com a remoção periódica dos servidores, buscaremos evitar o estresse oriundo da habitualidade, bem como fazer com que cada policial busque sempre prestar um serviço de excelência”, explicou.

Melhorar o atendimento humanitário prestado aos grupos vulneráveis, como crianças, idosos e deficientes é outro ponto que promete melhorar a qualidade dos serviços prestados pela Polícia Civil. Para tanto, a delegada vai buscar parcerias com outras instituições e elaborar projetos para a captação de recursos.

Outro ponto importante é a elaboração de projeto de Lei Orgânica da Polícia Civil, uniformizando a estrutura dos princípios jurídicos que hoje rege a instituição, e diminuir o abismo salarial entre as classes, valorizando o policial civil em sua atividade fim, garantindo assim os benefícios já conquistados.

HISTÓRICO - Delegada de Polícia desde o dia 19 de julho de 2004, Haydèe Magalhães tem ainda licenciatura plena em Matemática e habilitação em Física, e ingressou no serviço público no ano de 1977, no Estado do Amazonas. Foi diretora administrativa da antiga Secretaria Municipal de Educação (Semec) em Boa Vista e trabalhou na Receita Federal do Amazonas, foi assessora jurídica do extinto DER (Departamento de Estrada e Rodagens) e foi a primeira Ouvidora Geral de Roraima.

Ela observou que assumir a chefia da Delegacia Geral de Polícia Civil é a maior realização da carreira de delegada. "Vejo que há uma responsabilidade maior, pois não se assume somente a Delegacia Geral, mas a gestão dessa instituição", declarou.

Organizações criminosas 

Para fazer frente ao crime em Roraima, a delegada geral de Polícia Civil, Haydèe Magalhães, pretende criar um Núcleo Especializado para apuração e combate aos crimes praticados por organizações criminosas.

Segundo ela, os crimes de furto e roubo de motocicletas ou de carros estão relacionados ao trafico de drogas, como moeda de troca. "Um é consequência do outro. Não somente o furto e roubo de veículos, mas também os crimes contra o patrimônio em geral. O tráfico de drogas tem aumentado em Roraima e os traficantes usam o Interior do estado, principalmente os municípios que fazem fronteira com outros países, como rota para essa troca", observou

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