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Distrito Industrial

Empresários apresentam demandas do setor para o novo governo.


Investimentos para o DI
 
Alvo de reclamações dos empresários há vários anos, o Distrito Industrial enfrenta uma série de problemas por falta de atenção e investimento das gestões passadas. Entre as primeiras ações do novo governo foi realizada uma visita ao distrito e empresários para discutir soluções.

A equipe da governadora Suely Campos formada por Neudo Campos e pelos secretários de planejamento, Alexandre Henklein e de infraestrutura, Flamarion Portela, além da senadora Ângela Portela, esteve em algumas empresas industriais.

Na empresa Green Máquinas eles tiveram a oportunidade de conversar sobre os problemas enfrentados pelos industriais nos últimos anos. O empresário Fábio Fukuda, disse que o interesse do novo governo em buscar soluções para o setor é positivo. “É a primeira vez que as nossas demandas são apresentadas e que vemos um real interesse do governo em resolvê-las. Isso nos dá mais tranqüilidade para continuar investindo. Acabamos de inaugurar uma representação de caminhões e estamos trazendo uma empresa de irrigação que deve ser instalada em breve. Dessa forma, outros empresários também serão incentivados a investir em Roraima”, disse.

O secretário de planejamento, Alexandre Henklein, disse que o governo está atento aos problemas e que irá trabalhar para tornar o setor competitivo. “Buscaremos junto aos órgãos ligados à indústria, parcerias para solucionar os problemas e fazer com que empresários de todo o país se sintam motivados a investir em Roraima”, ressaltou.

Neudo Campos disse que a governadora Suely Campos não medirá esforços para garantir investimentos no setor. “Precisamos criar condições ideais para tornar as indústrias já instaladas mais competitivas, além de criar políticas para atrair novos investidores”, analisou.

Na representação da Secretaria de Planejamento a equipe acompanhou a apresentação de dados sobre o distrito, que hoje possui área superior a mil hectares, mas que enfrenta problemas de infraestrutura como energia e asfalto, e ainda, invasões dos lotes. “São áreas que deveriam ser destinados apenas à atividade industrial e que de forma irresponsável, não tiveram atenção especial das gestões passadas. Agora precisamos estudar a melhor maneira de resolver o problema sem prejudicar quem realmente precisa e garantir que o Distrito Industrial seja ocupado por indústrias que gerem emprego e renda, ajudando a desenvolver o Estado”, declarou.

Falta de investimento 

Empresários roraimenses reclamam da precariedade e falta de apoio, que vinham sofrendo, para alavancar a produção no Distrito Industrial “Governador Aquilino Mota Duarte”, na BR-174, zona Sul da Capital. Atualmente, pouco mais de 60 empresas funcionam no local. O parque foi criado em maio de 1980 e hoje gera mais de 1.300 empregos.

Mas apesar da importância do setor, o Distrito Industrial perdeu força nos últimos anos. Os empresários alegam que até hoje faltava investimento do poder público para melhorar a infraestrutura. A energia elétrica, por exemplo, segundo eles, não é confiável e isso acaba provocando prejuízo e queda na produção.

O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Grãos de Roraima (Sindgrãos), Vitor Hugo Ferronatto, lamentou a atual situação em que se encontra o Distrito, sem asfaltamento, rede de esgoto, água encanada, iluminação pública e coleta de lixo. O sindicalista também reclama das constantes quedas de energia.

“Pagamos todas as taxas, mas não temos os serviços. O Distrito está abandonado. Prefeitura e Governo sempre disputaram o dinheiro dos impostos que aqui arrecadamos, mas na hora da prestação dos serviços nenhum dos dois se apresentou até hoje. Portanto, esperamos mais apoio deste novo Governo. É preciso políticas públicas sérias para alavancar a produção. Roraima tem potencial, mas faltam incentivos”, observou.

A constante queda de energia é o maior problema dos industriários. O prejuízo é grande, segundo eles, com a perda de motores e outros equipamentos. “Pagamos caro pelos consertos e quase todos os dias temos que parar a produção. A energia que temos não é confiável, infelizmente”, lamentou o sindicalista.

A maior parte dos produtos industrializados no Distrito é exportada para estados vizinhos e até para outros países. A produção de arroz, por exemplo, é vendida quase toda para Manaus, cerca de 70%. A madeira roraimense vai para a Venezuela. Os empresários alegam que, sem políticas para o setor, fica 30% mais caro produzir em Roraima.

“Os custos de logística são altos por aqui. Pagamos um frete caro quando compramos insumos agrícolas, por exemplo, da Venezuela. Fica cada vez mais inviável produzir no Estado. Por isso, muitas empresas fecharam as portas nos últimos anos no Distrito. Nossos governantes esqueceram um dos setores mais importantes da economia”, reclamou Ferronatto.

Além das melhorias na infraestrutura do Distrito, os empresários pedem o cumprimento da lei 215/98, que foi criada pelo então governador Neudo Campos na década passada. A lei beneficiava produtores e comerciantes, que tinham desconto no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços).

“A gente que produzia comprava no comércio local e ganhava desconto. E o vendedor recebia este desconto na hora de pagar o imposto. Era um subsídio importante, mas os últimos governantes modificaram a lei e deixaram de restituir os fornecedores. Seria muito bom se o novo Governo retomasse a lei”, comentou o sindicalista.

Em 2013, o Governo de Roraima e a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) assinaram um convênio de R$ 11.640.549,81 para a construção de seis complexos de armazenagem (galpões) que deveriam atender o setor moveleiro, mas as obras não foram concluídas.

 

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