- 29 de outubro de 2024
Os projetos da nova gestão da Ouvidoria Geral do Estado incluem expansão do atendimento para os municípios do Interior e utilização de redes sociais para ouvir a população, monitorar reclamações e receber sugestões para melhoria dos serviços públicos prestados pelo Estado.
Com um orçamento pequeno, R$1,6 milhão, o novo ouvidor-geral, Hugo Santos, que tem formação em gestão de ouvidorias pela Associação Brasileira de Ouvidores e já exerceu a função de ouvidor na Secretaria Municipal de Trânsito e Segurança Urbana, aposta em inovações para melhorar o atendimento à população.
“Teremos uma Ouvidoria participativa”, afirma o novo gestor sobre o planejamento da instituição para os próximos meses. “Hoje, a Ouvidoria é do Estado, mas está restrita à Capital, um dos nossos projetos é levá-la para os municípios do interior e para as comunidades mais longínquas”, complementou Santos.
Ele destacou ainda que vai tentar desenvolver um trabalho mais intenso e de proximidade da população. “Os ouvidores não podem ficar apenas nos gabinetes, esperando a população vir dizer o que está errado. Iremos até ao cidadão nos hospitais, nas escolas, nas secretarias, ou seja, onde o poder público oferece o serviço, a Ouvidoria estará presente para receber as demandas apresentadas pelos usuários”, ressalta o ouvidor-geral.
CANAIS DE COMUNICAÇÃO - Outra mudança no atendimento será a abertura de novos canais de comunicação. Atualmente, as demandas são atendidas diretamente no prédio da Ouvidoria, na avenida Ville Roy, 5.512, no Centro, pelo site www.ouvidoria.rr.gov.br, e pelo e-mail: [email protected]. Nos próximos dias, a Ouvidoria passará a fazer atendimento também por meio de redes sociais.
“As redes sociais são hoje a maior ouvidoria que existe. Já solicitamos do CTI [Centro de Tecnologia da Informação] o desbloqueio do uso das redes sociais e criaremos nos próximos dias uma página da Ouvidoria, para monitorar denúncias e receber reclamações e sugestões, com a finalidade de melhorar o atendimento dos cidadãos nos setores públicos”, disse Santos.
QUADRO DE PESSOAL - Apesar do efetivo pequeno, com apenas cinco ouvidores, Hugo Santos acredita na melhoria dos serviços já nos próximos meses e também fará mudanças nas relações com secretarias que têm ouvidorias.
“Temos poucos ouvidores, mas faremos parcerias com algumas secretarias que têm ouvidorias e também com órgãos da administração indireta.” A interação, segundo ele, é outra palavra de ordem de sua gestão, inclusive para fortalecer a comunicação entre as instituições públicas.
“Em conversa preliminar que tive com a governadora Suely Campos (PP), ela ressaltou a necessidade de fazer essa interação. Vamos analisar a melhor forma para gerar resultados. Para não ficar uma coisa meio protocolar, de seis em seis meses as ouvidorias mandam um relatório, mas não há integração que resulte em beneficie para a população”, afirmou.
Espaço estratégico para o fortalecimento da cidadania e da gestão participativa, a troca de informações entre as ouvidorias vai possibilitar, segundo o ouvidor-geral, a criação de políticas públicas mais eficientes. “Com base nas reclamações da população, poderemos alertar não apenas a governadora, mas todos os gestores das pastas, na busca pela eficiência na prestação dos serviços públicos”.
“Gestões não valorizaram"
Com base na situação encontrada na instituição, o novo ouvidor-geral afirmou que as gestões anteriores não deram a devida atenção à Ouvidoria. Segundo ele, a estrutura física está razoável, pois o prédio passou por reforma em 2012, mas os telefones estão cortados há cerca de um ano e as poucas demandas indicam sentimentos de desinteresse e descrédito da população em relação ao serviço.
“A Ouvidoria não teve atenção dos governadores anteriores. As gestões não a viam como um órgão importante. Encontramos poucas demandas, os telefones estavam desativados há um ano. Fizemos um levantamento e a dívida é de R$120,00, ou seja, o pagamento não foi feito por descaso e não foi por falta de dinheiro. Isso é inaceitável”, contestou Santos.
Além da reativação da linha telefônica para atendimento da população, a nova gestão está trabalhando em projeto de reformulação do site, a fim de torná-lo mais simples e objetivo, e estuda a possibilidade de ampliar o horário de atendimento.
Atualmente, a Ouvidoria funciona das 7h30 às 13h30. O tempo médio de resposta para as demandas apresentadas pelos cidadãos é de 15 dias. As reclamações mais frequentes são sobre os serviços de saúde, educação e segurança pública.