- 29 de outubro de 2024
Exames contra malária
A partir de 2015, todas as gestantes dos estados da região Amazônica terão que realizar o exame da gota espessa - uma proteção contra a malária - em todas as consultas de pré-natal e no momento do parto. Para garantir o acesso, o exame será incluído aos demais exames de rotina na nova Caderneta da Gestante, visando a proteção da mãe e do bebê contra os efeitos provocados pela malária durante a gestação, bem como a redução de mortalidade materna e neonatal.
A nota Conjunta n° 002/14, emitida pela Coordenação-Geral do Programa Nacional de Controle da Malária/SVS e a Coordenação Geral de Saúde das Mulheres/SAS, do Ministériod a Saúde, destaca a importância do diagnóstico oportuno e tratamento adequado da malária durante a gestação.
Em Roraima, no ano de 2014 dos 3.036 exames de malária realizados em mulheres, apenas 05 casos foram positivos em gestantes, até o momento. Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios intensos que se alternam com ondas de calor e sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, pele amarelada e cansaço. Dependendo do tipo de malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias.
Segundo a gerente do Núcleo Estadual de Controle da Malária (NECM), Irisângela Brito Oliveira, a malária durante a gravidez é um grande risco para a gestante, feto e recém-nascido. “A malária na gestação está associada a abortos, natimortos, partos prematuros, retardo do crescimento intrauterino e malária grave. O diagnóstico precoce durante a gestação e o tratamento adequado podem evitar estas consequências”, frisou.
O documento ressaltou que será inserido um link com orientações a respeito do tratamento da malária em gestantes e crianças menores de seis meses no site da Rede Cegonha (http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_redecegonha.php), com a finalidade de tornar essas informações mais acessíveis.
Os benefícios dessa normativa é a orientação à gestante quanto aos efeitos de uma das principais doenças parasitárias tropicais durante a gestação, bem como a importância de procurar atendimento, quando a primeira sintomatologia aparecer. A realização do exame da gota espessa deverá ocorrer em todas as consultas pré-natais e na hora do parto das gestantes, que vivem em áreas da região Amazônica. Também poderá ser intensificado o controle dos casos positivos e negativos no banco de dados do Sivep-Malária.
Para Irisângela, a ampliação da oferta do diagnóstico de malária nas consultas de pré-natal deverá contribuir ainda para a identificação de fatores que caracterizam a gravidez de risco. “A medida a ser adotada pretende promover a segurança da saúde da mulher e da criança, visando reduzir o índice de morbidade e mortalidade materna e perinatal”, comentou. O tratamento para malária é gratuito e disponibilizado nas Unidades Básicas de Saúde e Postos de Notificação e Diagnóstico de Malária.
Tratamento em grávidas
O tratamento em gestante contra a malária é diferenciado, mas não pode deixar de ser feito. Até os três primeiros meses a gestante não pode fazer o tratamento de rotina, e sim um tratamento específico, seguindo o manual distribuído pelo Ministério da Saúde, para todas as unidades de prevenção e controle da doença.“Não precisa ter medo. Ao aparecer a suspeita ou os sintomas, a mulher deve procurar a unidade de saúde, fazer a lâmina, e se o resultado for positivo, iniciar o tratamento”, concluiu.
O tratamento é feito pela Atenção Básica (municípios) e acompanhado por uma equipe multiprofissional, composta por microscopistas, agentes de saúde que atuam nas áreas rurais, agentes de endemias, agentes comunitários, enfermeiros, médicos, entre outros.