- 29 de outubro de 2024
Balanço das ações da Sesau
Após 51 dias de ações de combate ao mosquito Aedes aegypt, por meio da remoção de lixo doméstico na capital, 187 combatentes visitaram 135 mil imóveis, conseguindo retirar 135.536 depósitos e eliminar 100.833 criadouros. No entanto, visitas posteriores mostraram que a população não tem ajudado na manutenção dos trabalhos realizados, gerando novas incidências de focos, podendo colocar em cheque o resultado da operação.
Em todo o país, haverá o dia D para combate à dengue e chikungunya no sábado, mas como essa ação de combate ao mosquito vinha sendo realizada desde outubro, a Vigilância Epidemiológica do Estado optou por antecipar esse Dia D para esta sexta-feira, 5, com a apresentação das ações realizadas e conscientização da população.
A força-tarefa de combate ao mosquito vetor foi realizada desde 08 de outubro e finalizou no dia 29 de novembro, no entanto, no período de 3 a 5 de novembro, quando foi realizado o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), ocasião que em que os agentes tiveram de retornar em parte das casas já visitadas, detectou-se que em questão de semanas, os focos do mosquito já haviam se formado novamente.
O gerente do Núcleo de Controle da Dengue e Febre Amarela, Joel Lima, enfatizou que a população é a principal combatente ao mosquito, pois a maioria dos focos se encontra no lixo doméstico. “É fundamental que a população ajude, mantendo seus quintais limpos, pois essa é a única forma de se minimizar as chances de uma epidemia”, disse.
As ações realizadas pela Coordenação Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) foram apresentadas nesta sexta-feira, 5, no auditório do Corpo de Bombeiros. Participaram desta ação Corpo de Bombeiros/Defesa Civil do Estado, Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Secretaria de Meio Ambiente e Limpeza Urbana Municipal, 6º BEC (Batalhão de Engenharia de Construção), Polícia Militar e 12º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada.
RESULTADOS
Um dos principais resultados apontados foi a redução do índice de infestação na Capital e em outros municípios que também realizaram ação semelhante. O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) mais recente, coletado durante a ação, demonstrou que quatro municípios conseguiram sair da zona considerada de alto risco para surto de dengue e chikungunya, em relação ao levantamento anterior.
Entre os que conseguiram melhorar seus índices, está a capital, Boa Vista, que saiu de 8,4% para 2,7%; Caracaraí também teve redução expressiva, saindo de 7,9% para 0,6%; São João da Baliza, de 7,5% para 3,5%; e Bonfim saiu de 6,1% para 3,9%. Cantá, Iracema, Pacaraima e Rorainópolis permanecem com Índice de Infestação Predial (IPP) - percentual entre o número de imóveis com criadouros e o número de imóveis pesquisados - acima de 3,9% e continuam em alto risco. “Apesar da diminuição, não é momento de relaxar, pois o ideal é que este índice fique abaixo de 1%, logo, continuamos em situação de alerta”, explicou Joel Lima.
CASOS
Roraima notificou cerca de 1.800 casos de dengue neste ano, sendo cerca de 40% confirmados em diagnóstico laboratorial. Embora os casos estejam dentro do considerado normal para o período, chama a atenção a ocorrência de cinco casos graves da doença no ano e um óbito por complicações ligadas à dengue.
Quando à febre chikungunya, há 10 casos confirmados, no entanto, o desafio é evitar a transmissão autóctone, ou seja, àquela transmitida dentro do país. Todos os casos registrados até então são importados da Venezuela e da Guiana.
A febre chikungunya é parecida com a dengue, inclusive no modo de transmissão e sintomas: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. A grande diferença está no seu acometimento das articulações, já que o vírus chikungunya avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local. Em caso de epidemias, associadas ou não, as doenças podem se tornar um grande problema do ponto de vista da saúde pública.