- 29 de outubro de 2024
Gestantes com vírus crescem
O índice de pessoas infectadas pelo vírus HIV continua na lista das áreas prioritárias do Ministério da Saúde, no que se refere a Política Nacional de Combate e Controle da Doença. Essa prioridade nas ações é sustentada pelo nível de infecção nas cidades brasileiras. Em Roraima, por exemplo, o número notificação de gestantes infectadas pelo vírus HIV aumentou de cinco, no primeiro quadrimestre, para nove, no segundo quadrimestre.
Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e mostram também que os registros predominam nas mulheres, entre 30 e 39 anos. Além disso, enquanto Boa Vista concentrou os cinco casos dos primeiros quatro meses de 2014, no segundo quadrimestre, os nove registros foram identificados nos municípios de Boa Vista (6), Caroebe (1) e Normandia (2).
Conforme o gerente do Núcleo de Controle de DST/HIV/AIDS, George Ribeiro de Oliveira, o aumento no número de registros nos municípios é resultado do processo de descentralização da oferta do teste rápido. “Com a descentralização da oferta do teste rápido, iniciada em 2008, passou-se a ter a expectativa de aumento dos registros de notificações, uma vez que com a descentralização, o serviço passa a estar mais próximo da população e automaticamente a comunidade se interessa mais pela realização do exame, já que não vai precisar de deslocar à Bosa Vista. Esse aumento das notificações é resultado desse trabalho e já era previsto”, esclareceu.
Paralelo à oferta do teste rápido para HIV nos 15 municípios, as campanhas educativas e de incentivo para a testagem têm contribuído para essa mudança de comportamento. “Antes, havia na sociedade uma resistência muito forte em relação a realização do teste. Hoje esse tabu já foi quebrado, ou seja, é cada vez maior o número de pessoas que busca pelos serviços, e nas mulheres essa conscientização é ainda maior”, complementou.
Nas gestantes o trabalho é específico. As diretrizes do Ministério da Saúde preconizam que o teste rápido seja feito nos primeiros três meses da gestação. Se o resultado apresentar sorologia reagente, essa grávida passa a fazer o pré-natal diferenciado, com acompanhamento médico e medicação até o parto. Essa gestante passa a ter atenção individualizada, é assistida durante toda a gestação e após o parto, o bebê também continua tomando medicação, pois nasce na condição de reagente para o vírus.
LEITE
Nos primeiros seis meses de vida ou por mais tempo, dependendo do caso, a Fórmula Láctea Infantil é dada ao bebê, que nasce na condição de reagente. A fórmula tem a composição similar ao leite materno, com todos os nutrientes do leite materno. Após o parto, a mãe passa a tomar o inibidor de lactação para não amamentar e o bebê recebe a fórmula láctea infantil. Essa medida é fundamental para alcançar o resultado negativo para o vírus, e o diagnóstico precoce é fundamental, pois aumenta consideravelmente as chances do bebê sair da condição de reagente. “Além disso, essa medida pode evitar também a transmissão vertical, da mãe para o bebê. Ainda há casos em que a mãe pode transmitir a doença ao bebê, porque não sabia que era soropositivo. Por isso é importante que o teste seja feito nos primeiros três meses da gestação e se reagente, que essa gestante inicie imediatamente o tratamento no Serviço de Atendimento Especializado (SAE)”, finalizou Ribeiro.