- 29 de outubro de 2024
Naná Vasconcelos na UFRR
A Universidade Federal de Roraima promove de 17 a 21 de novembro a V Semana da Consciência Negra e Patrimônio e o VI Festival de Capoeira. Haverá oficinas, exposições fotográficas e mostras audiovisuais, entre outras atividades. A abertura da programação será feita com um show do percussionista Naná Vasconcelos, que se apresentará no Centro Amazônico de Fronteira, campus Paricarana.
O show terá entrada franca e começa às 19h do dia 17h. Naná vai apresentar seu show solo, o Bater do Coração, com o qual já circulou em turnê pela Europa, Estados Unidos e Japão.
ATIVIDADES – As inscrições para as oficinas de alfaia, capoeira, máscaras africanas em cerâmica, trança nagô, miçanga, ervas medicinais, flores em tecido e lindô já pode ser feitas enviando e-mail para [email protected] ou ligando para 3621 3166. Além das oficinas, a programação conta com palestras, apresentações culturais, exibição de documentários e filmes, barracas de comidas típicas e artesanato.
O VI Festival de Capoeira terá a presença de três importantes figuras da arte-luta brasileira: mestre Cobra Mansa, quem estará pela primeira vez na cidade, realizará oficinas e exibirá seu documentário “Jogo de corpo: capoeira e ancestralidade”; mestre Capixaba, com a bagagem de mais de 40 anos dedicados à capoeira regional; e mestre Dunga, que participa mais uma vez da programação.
HISTÓRICO - Em novembro de 2010, a Universidade Federal de Roraima iniciou as celebrações da Consciência Negra. No ano seguinte, o evento uniu-se ao Festival de Capoeira e passou a ser comemorado na semana do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. Com isso, ganhou força, recebeu novos parceiros, como o Iphan e a Prefeitura de Boa Vista, e passou a englobar diversas áreas do patrimônio.
PERFIL DE NANÁ VASCONCELOS
Juvenal de Holanda Vasconcelos nasceu no Recife. Mesmo depois de duas décadas tocando pelo mundo, morou em Paris e Nova York, as influências de sua terra estão presentes em tudo o que faz. Dotado de uma curiosidade intensa, indo da música erudita do brasileiro Villa-Lobos ao roqueiro Jimi Hendrix, Naná aprendeu a tocar praticamente todos os instrumentos de percussão, embora nos anos 60 tenha se especializado no berimbau.
Depois das mais variadas experiências musicais, Naná Vasconcelos mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar com Milton Nascimento. Em 1970, o saxofonista argentino Gato Barbieri o convidou para juntar-se ao seu grupo. Apresentaram-se em Nova York e Europa, com destaque para o festival de Montreaux, na Suíça, onde o percussionista encantou público e crítica. Ao término da turnê, fixou residência em Paris, França, durante cinco anos, onde gravou o seu primeiro álbum - “Africadeus” (71). No Brasil, Naná gravou o seu segundo disco “Amazonas” (72). Começou, então, uma bem-sucedida parceria com o pianista e compositor Egberto Gismonti, durante oito anos, que resultou em três álbuns - “Dança das Cabeças”, “Sol do Meio-Dia” e “Duas Vozes”.
De volta a Nova York, formou o grupo “Codona”, com Don Cherry e Colin Walcott, também gravando e fazendo turnê com a banda do guitarrista Pat Metheny. Trabalhando com artistas das mais variadas tendências, Naná Vasconcelos gravou com B.B. King, com o violinista francês Jean-Luc Ponty e com o grupo de rock americano Talking Heads, liderado por David Byrne. Nessa altura, Naná já havia trabalhado nas trilhas dos filmes "Procura-se Susan Desesperadamente”, de Susan Seidelman, estrelado por Rosanna Arquette e Madonna, e "Down By Law", do cultuado diretor Jim Jarmusch, além de “Amazonas”, de Mika Kaurismäki.
O trabalho de Naná sempre demonstrou a amplitude do seu talento, e nos anos 80 gravou o disco “Saudades”, concerto de berimbau e orquestra. Depois, vieram os álbuns “Bush Dance” e “Rain Dance”, suas experiências com instrumentos eletrônicos. Daí por diante, Naná esteve envolvido mais diretamente com o cenário musical brasileiro ao fazer a direção artística do festival Panorama Percussivo Mundial (Percpan), em Salvador, e do projeto ABC Musical, além de participações especiais em álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte e Mundo Livre S/A, entre outros.
Em meio a inúmeros lançamentos fora do país, Naná Vasconcelos lançou no Brasil o disco “Contando Estórias” (94), depois os CDs "Contaminação" e “Minha Lôa”. No fim de 2005, lançou “Chegada”, pela gravadora Azul Music, e em 2006, o CD intitulado “Trilhas”. No final de 2010, Naná lança seu mais recente trabalho autoral, o CD “Sinfonia e Batuques”, misturando percussão e cordas, experimentando células ritmicas feitas na água, entre outra invenções.
O disco foi agraciado com um Grammy Latino, na categoria Álbum de Música Regional, em novembro de 2011. Com raízes pernambucanas, Naná idealizou o projeto ABC das Artes Flor do Mangue, trabalho com crianças carentes. Uma trajetória de vida que esbanja virtuosismo musical e integridade pessoal em tudo o que faz e toca. Informações mais detalhadas sobre o artista podem ser encontradas no seu site - http://www.nanavasconcelos.com.br.