- 01 de novembro de 2024
Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), por meio do Laboratório Central de Roraima (Lacen), treina no período de 03 a 07 de novembro, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR-RR), profissionais da malária que atuam como microscopistas revisores de lâminas dos microscopistas de base. O treinamento é recomendado ocorrer a cada três anos com o objetivo de oportunizar a atualização técnica dos profissionais.
De acordo com a coordenadora do Laboratório de Revisão e Controle de Qualidade de Lâminas de malária, Ilma Antony, a atualização dos microscopistas revisores ocorrerá no laboratório de Análises Clínicas do IFRR. A expectativa é de que 14 profissionais passem pelo treinamento durante esta semana. Durante os cinco dias, o curso será ministrado em horário intensivo, de 08 às 12 horas e de 14 às 18 horas.
Ela conta que para garantir a qualidade do diagnóstico de malária, as lâminas passam por três etapas. A primeira acontece no laboratório base, que é responsável em colher a amostra do paciente em lâminas e diagnosticar possíveis casos de malária. Conforme Ilma, em todo o estado são 69 laboratórios de base distribuídos nos 15 municípios, além dos 74 no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Yanomami) e dos 43 no Distrito Sanitário Especial Indígena Leste (Dsei-Leste).
A coordenadora explica que estas lâminas são encaminhadas para um laboratório de Revisão, que repetirá a análise a fim de confirmar o primeiro diagnóstico. Em Roraima, apenas os municípios de Mucajaí, Caracaraí, São João da Baliza, Rorainópolis e Boa Vista dispõem de laboratório de Revisão. Na área indígena possui dois laboratórios de revisão, um no Dsei-Yanomami e o outro no Dsei-Leste.
As lâminas coletas nos laboratórios de base destes municípios são encaminhadas aos de Revisão da própria localidade para a segunda avaliação. Os demais municípios encaminham as peças ao laboratório de Revisão e Controle de Qualidade de Lâmina de Malária, do Lacen, em Boa Vista para a revisão do diagnóstico. A terceira etapa e última do processo é o controle de qualidade das lâminas enviadas pelos laboratórios de revisão ao Lacen.
Ilma esclarece que o trabalho destes profissionais é de suma importância. O procedimento adotado nesta atividade serve para garantir a fidedignidade das notificações dos casos confirmados da doença. “É importante frisar que o paciente não espera todas as etapas para iniciar o tratamento. Assim que confirmado no laboratório base o caso de malária, a pessoa já recebe a medicação adequada e já inicia o tratamento de imediato”, explica a coordenadora lembrando que o Ministério da Saúde preconiza o início do tratamento em até 48h após o início dos primeiros sintomas.
Com as notificações precisas, os trabalhos de prevenção, controle e combate a malária tendem ser mais eficazes e as estratégias podem ser concentradas nos municípios com maior incidência da doença. “Pretendemos através deste treinamento, manter os índices de redução da malária alcançados nos últimos anos, onde registramos uma redução de 21,07% no número de casos”, finalizou Ilma.