- 01 de novembro de 2024
Curso especial nas fronteiras
O Curso de Unidade Especializada de Fronteira, que será realizado no município de Bonfim, teve início nesta segunda-feira, 13. A abertura foi realizada na Academia de Polícia Integrada Coronel Santiago (APICS) e contou com a presença de representantes do sistema de Segurança do Brasil, Venezuela e Guiana Inglesa. Ao todo, 40 policiais do Brasil, Guiana e Venezuela estão sendo treinados.
Durante a abertura do evento estiveram presentes representantes da Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Exército e consulado da Venezuela e da Guiana, instituições que terão profissionais de segurança pública participando do curso de capacitação nível operador.
O curso tem por objetivo capacitar os profissionais de segurança pública para atuarem como operadores da Câmara Temática de Fronteira que faz parte do Programa de Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON) e do Programa Tolerância Zero.
Segundo informações do Secretário Adjunto da Secretaria de Segurança Pública, Eduardo Wayner, o curso de Unidade Especializada de Fronteira, é a segunda etapa do estreitamento das relações para os operadores que atuam nas fronteiras.
“Sabemos das dificuldades e o árduo trabalho realizado nas regiões de fronteira e estamos preparando nossos profissionais para um enfrentamento mais qualificado aos crimes que ocorrem nas fronteiras” disse o Secretário Adjunto, acrescentando que, espera-se que o curso seja aproveitado ao máximo, e que a resposta venha no combate mais eficaz à criminalidade nas fronteiras do Estado.
O comandante Geral da Polícia Militar, Dagoberto Gonçalves, disse que o curso visa capacitar o efetivo policial para as mais diversas ações policiais em regiões de fronteiras. O objetivo, segundo ele, é justamente diminuir a criminalidade nessas regiões.
“Dois pilares importantes estão sendo construídos, que é a capacitação e a integração desses profissionais. Esperamos que o curso obtenha o mesmo sucesso que tivemos na primeira edição, que realizada no município de Pacaraima”, destacou Gonçalves..
O coordenador do curso, tenente Bruno Almeida, destacou que esta capacitação só está sendo possível através da parceria entre Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp/MJ), com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP). Segundo ele, a capacitação visa a padronização dos procedimentos realizados nas fronteiras.
“Este curso viabiliza a interação entre os profissionais de Segurança Pública nas fronteiras e, essa integração, facilitará inclusive na resolução de crimes”, disse o Tenente Bruno Almeida.
Todos os 40 profissionais inscritos para o curso já se deslocaram para o município de Bonfim, onde serão ministradas as aulas teóricas e práticas, oportunizando aos participantes vivenciar de perto as dificuldades vividas em municípios fronteiriços.
AUTORIDADES
A consulesa da Guiana Inglesa Marissa Carnichael disse que essa integração entre Brasil e Guyana é estabelecida desde 1998 e tem trazido grandes resultados. Iniciativas como esta, segundo ela, ajudam a fortalecer as relações, principalmente na área de segurança. Observou que a aceleração da globalização também tem proporcionado o aumento da tecnologia a quem pratica crimes e, por essas razões, é necessária a troca de experiências e capacitação técnicas e intelectuais para enfrentar e combater os crimes fronteiriços.
O diretor de Assuntos Internacionais da Secretaria de Planejamento (Seplan), Eduardo Oestreicher, destacou que a iniciativa é fundamental porque demonstra o interesse do Estado de Roraima em atender a todas as pessoas que vivem em regiões de fronteira, trazendo segurança e melhor qualidade de vida.
O Cabo da Polícia Guyanense, Paul Allan, disse ser importante que as polícias que trabalham nas fronteiras atuarem juntas.
“Esperamos avançar nas questões de colaboração entre os dois países, e ajudar também nas investigações de crimes que sejam praticados na Guiana”, disse Paul Allan.
O supervisor da Polícia Venezuelana, Merchang Guilhermo, disse que a polícia venezuelana é grata pela oportunidade de estar vivenciando esta experiência. No curso, segundo ele, será possível que haja uma troca de experiências e que também haja debates sobre os principais crimes que acontecem nas fronteiras, como tráfico de drogas e contrabando e a melhor forma de combatê-los.
“Aqui vamos compartilhar experiências, e nos familiarizarmos com as experiências vividas pelos países vizinhos”, finalizou.