- 01 de novembro de 2024
Os capoeiristas de Roraima e proximidades terão, nos próximos meses, a chance de participar de cinco oficinas de grandes mestres de capoeira do Brasil. A iniciativa, que busca a capacitação e o intercâmbio entre capoeiristas locais e de outros estados e países, é resultado de uma parceria do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Federação Roraimense de Capoeira e da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
O convênio, no valor de R$60 mil, foi assinado pela reitora da UFRR, professora Gioconda Martinez e pela Superintendente do IPHAN em Roraima, Mônica Padilha. O Iphan será responsável pelo repasse do recurso e a UFRR pela execução. “A parceria da UFRR com o Iphan vem sendo consolidada no decorrer dos anos e trazendo muitos benefícios para a cultura popular. Nossa proposta é continuarmos a trabalhar juntos em iniciativas como esta”, ressaltou a reitora.
Lembrando o tradicional evento que une a Semana de Consciência Negra, Semana do Patrimônio e Festival de Capoeira, realizado anualmente pela UFRR em parceria com o Iphan, a Superintendente do Instituto, ressaltou a importância do apoio da UFRR. “Considero a Universidade Federal a nossa principal parceira. A instituição sempre esteve de portas abertas para a cultura popular,” disse Mônica Padilha.
Oficinas - A proposta de trazer mestres de outros estados surgiu durante reuniões realizadas entre UFRR, Iphan, Federação roraimense de capoeira e representantes estaduais. Foi a alternativa encontrada para driblar o isolamento geográfico que, frequentemente, impede os capoeiristas de terem acesso aos grandes mestres que moram em outros estados.
Os cinco mestres de capoeira a ministrarem oficinas nos próximos cinco meses serão escolhidos pelos próprios grupos de capoeira. A meta é que a primeira oficina ocorra logo no mês de novembro.
Um dos responsáveis pela articulação do convênio, o professor e capoeirista, Márcio Akira, comemorou a concretização da parceria. “A trajetória da capoeira é longa. Era considerada crime e alvo de preconceitos. Apenas posteriormente tornou-se patrimônio cultural brasileiro e ainda são muitos os desafios. A UFRR está na vanguarda por reconhecer e desenvolver ações em favor da cultura popular” comentou.
Patrimônio cultural brasileiro – Em 2008, a capoeira tornou-se patrimônio cultural brasileiro. O registro desta manifestação foi votado no dia 15 de julho, em Salvador, pelo Conselho consultivo do patrimônio cultural do Iphan.
O instrumento legal que assegura a preservação do patrimônio cultural imaterial do Brasil é o registro instituído pelo Iphan. Uma vez registrado o bem, é possível elaborar projetos e políticas públicas que envolvam ações necessárias à preservação e continuidade da manifestação.
Entende-se por patrimônio cultural imaterial representações da cultura brasileira como: as práticas, as formas de ver e pensar o mundo, as cerimônias, danças, músicas, lendas e contos, dentre outras manifestações.