- 01 de novembro de 2024
Malária tem queda em RR
O Índice Parasitário Anual (IPA) para a malária passou de 83,5 para cada mil habitantes em 2005, para 10,3/1000 habitantes em 2013, o que representa uma redução de 87,70% em nove anos. O índice está relacionado à exposição de indivíduos à picada de fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles infectadas pelo protozoário Plasmodium, que causa a doença. Neste período, o número de exames positivos da doença caiu 73%.
O IPA é um indicador que avalia o risco de ocorrência de malária numa determinada população em um intervalo de tempo determinado. Simplificando, quanto maior o número maior o risco de se adoecer de malária.
Tem havido também uma redução no número de casos autóctones, ou seja, os transmitidos dentro do Estado. Em 2005, foram quase 32 mil casos notificados, dos quais apenas 5,55% eram importados (de pessoas infectadas fora do Estado). Em 2013, o número de casos notificados caiu para 8.575, sendo 44,24% importados de outro estado ou país, que, em sua maioria, são oriundos dos garimpos na Guiana e Venezuela.
O plasmodium falciparum é um dos quatro parasitas da malária que podem afetar as pessoas. É de longe um dos mais perigosos e por isso o mais provável de causar fatalidades. Este tipo de caso teve uma redução de 70%. Foram 6.463 casos registrados em 2005, contra 1.940 em 2013. Neste ano, os casos graves representaram 22% do total de casos.
Conforme o gerente do Núcleo de Controle da Malária, Jonas Monteiro de Souza, a redução no número de casos de malária em Roraima está relacionada às políticas nacionais de controle da doença. Ele explicou que diante da grave situação epidemiológica, especialmente na Amazônia Legal, o Ministério da Saúde lançou, em 2000, o Plano de Intensificação das Ações de Controle da Malária na Amazônia Legal (PIACM).
O objetivo era reduzir pela metade a morbimortalidade por malária até o final do ano subsequente; evitar o surgimento de epidemias localizadas; reduzir a gravidade e o número de internações e óbitos pela doença. “Roraima ultrapassou a meta estabelecida, reduzindo em 77,8% o número de casos no período”, disse.
Em 2005, o Estado teve um aumento no número de casos, que se deu pela quebra nas ações realizadas pelos municípios, que, à época, alegavam não terem capacidade para contratarem recursos humanos. “No ano seguinte, com intervenções da Gerência Estadual de Controle da Malária, através de supervisões, capacitações e execução das ações de controle junto com os municípios, reduzimos o número de casos de 31.964 para 20.646 no ano seguinte e esta redução veio se mantendo nos anos seguintes”, disse Monteiro.
ÁREA RURAL
Dentre os casos autóctones, ou seja, cuja transmissão se deu dentro do território roraimense, é possível observar que os casos nas áreas rurais representam um terço dos casos de malária diagnosticados em 2013. “Tanto a área rural como a área indígena apresentam condições favoráveis à disseminação da doença, como a vegetação, condições de moradia e o trabalho rural”, pontuou.
A transmissão da malária pode ocorrer pela picada do mosquito, por transfusão de sangue contaminado, através da placenta (congênita) para o feto e por meio de seringas infectadas. Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios intensos que se alternam com ondas de calor e sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, pele amarelada e cansaço. Dependendo do tipo de malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias.
Dentre as recomendações para evitar a doença, estão: o uso de repelente no corpo todo, camisa de mangas compridas e mosquiteiro, quando estiver em zonas endêmicas; evitar banhos em igarapés e lagoas ou expor-se a águas paradas ao anoitecer e ao amanhecer, horários em que os mosquitos mais atacam, se estiver numa região endêmica; não fazer prevenção por conta própria e, mesmo que tenha feito a quimioprofilaxia, se tiver febre, procure atendimento médico. O tratamento padronizado pelo Ministério da Saúde é feito por via oral e não deve ser interrompido para evitar o risco de recaídas.