- 01 de novembro de 2024
Exército ajudará hemocentro
Ato de solidariedade é algo que vai da consciência e da vontade de cada pessoa. Ao Hemocentro de Roraima (Hemoraima) resta a tentativa de estimular determinados públicos para atenuar a constante falta de doadores na instituição. Nesta sexta-feira, 12, a instituição será parceira do Exército Brasileiro, que realizará uma palestra sobre a importância da doação de sangue e medula óssea. A ação será realizada no 10º GAC (Grupo de Artilharia de Campanha de Selva) para cerca de 100 homens.
A sensibilização vem sendo realizada pelo Exército em todo o País, inspirada pelo caso do militar Michel Maruyama, de Campo Grande, que, aos 31 anos, luta contra leucemia e espera que um transplante de medula possa curar a doença. Como parte da ação, a partir desta sexta-feira, 12, até o fim do mês, a instituição tentará enviar de cinco a dez homens por dia para realizarem doação de sangue e coleta para cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
De acordo com a psicóloga do Hemocentro e também palestrante no evento, Madalena Menezes, a orientação é de suma importância para atrair novos doadores, pois muitos deixam de doar por medo do desconhecido. "A partir do momento em que eles têm informações sobre como funciona a doação, isso estimula neles a vontade de doar, já que se trata de um ato voluntário", explicou.
Ela lembrou que, assim como a doação de sangue, as pessoas tendem a se atentar para a importância da doação de medula óssea quando alguém de seu círculo social precisa. "Quanto mais pessoas se cadastrarem, mais chances uma pessoa doente tem de encontrar um doador compatível em todo o país e até mesmo em nível internacional", lembrou.
A lista local de doadores cadastrados no Redome conta com 1.064 pessoas cadastradas. Trata-se de um sistema criado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) para registrar as informações de possíveis doadores de medula óssea. O Redome facilita as buscas de compatibilidade com receptores e reúne as informações básicas de identificação e especificidades, como resultados de exames e características genéticas de pessoas que se dispõem a ser um doador. Quando um receptor não possui um doador aparentado, é feita uma busca de cadastros que possam ser compatíveis, para que assim, seja feita a doação.
COMO SE CADASTRAR
Para fazer parte deste cadastro, é preciso comparecer à coordenação de captação de doadores do Hemocentro. O candidato precisa ter entre 18 e 55 anos, não possuir diagnóstico de doenças infectocontagiosas e fazer uma coleta de 5 ml de sangue, que será analisada em Goiânia (GO). O exame de histocompatibilidade (HLA) vai encontrar as características genéticas do sangue, o que torna possível identificar receptores.
O cadastro não implica, necessariamente, em efetuar a doação da medula óssea. Caso haja uma compatibilidade, a pessoa será consultada e poderá tomar essa decisão. Os esclarecimentos são feitos e todos os custos até o centro especializado neste tipo de coleta, são de responsabilidade do Redome.
A retirada de sangue é simples, fácil e não dói. Quanto mais pessoas doadoras, mais chances de conseguir pessoas compatíveis. Como no Brasil o grau de miscigenação da população é muito grande, as chances de encontrar uma medula compatível no registro brasileiro é em média 1 para 100 mil. Para aparentado, as chances podem chegar de 25 a 35%.