- 01 de novembro de 2024
Vacina contra HPV confiável
As pessoas que se vacinam contra o Papiloma Virus (HPV), assim como após o uso de qualquer produto farmacêutico, estão sujeitas a efeitos adversos, que são esperados, e, em sua maioria, leves. Em nota informativa expedida pela Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI), o Ministério da Saúde garantiu que todas as vacinas utilizadas no programa são seguras e passam por um rigoroso controle de qualidade, feito pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O informe foi dado após o registro de possíveis eventos adversos associados à vacina HPV, ocorridos em São Paulo. Segundo o MS, os episódios estão sob investigação. O fenômeno já foi observado em aplicações com outras vacinas injetáveis e a hipótese diagnóstica tem relação com a ansiedade após vacinação. Até o momento, Roraima não teve registro de efeitos colaterais graves associados a esta vacina.
A enfermeira do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunização (NEPNI), Andreska Rafaelli Claudina, pontuou que qualquer vacina, bem como qualquer produto farmacêutico, podem causar efeitos adversos, que são devidamente notificados, investigados e tratados, se for o caso. As vacinas são seguras e proporcionam benefícios indiscutíveis, suplantando, muitas vezes, os incômodos causados pelos esporádicos eventos adversos. "Existe um local específico para o acompanhamento destes casos, que atua com base em normas técnicas estipuladas pelo Ministério da Saúde", disse.
Este local é o Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), instalado no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), para atender grupos especiais da população que necessitam de imunobiológicos não disponíveis na rede pública. O setor atua no fortalecimento do Sistema de Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação, oferecendo um suporte para a notificação e acompanhamento dos casos mais graves.
A enfermeira responsável pelo Centro, Miriam Nuñez, pontuou que neste ano foram registrados apenas 22 casos de reações mais graves à vacinas, mas nenhum deles relacionados à vacina do HPV. "A maioria deles ocorreu após a vacina pentavalente, aplicada em crianças, e que costuma ser bastante reatogênica. No entanto, os efeitos apresentados estão dentro do esperado", pontuou, ao salientar que em casos como estes, os sintomas são tratados e, é avaliada a possibilidade de mudança no esquema vacinal.
Caso a pessoa sinta algo diferente, ou se os sintomas não cessarem em curto prazo, a orientação é que se procure o posto de saúde onde foi vacinada para receber orientação médica. Caso o médico do posto julgue necessário, o paciente é encaminhado ao Crie, onde são disponibilizados produtos especiais para os que são impedidos de dar continuidade em esquemas já iniciados com as vacinas de rotina, sempre com a orientação médica.
Todos estes eventos são notificados para uma investigação mais aprofundada. Nestes casos, ao encaminhar estes pacientes ao Crie, os postos de saúde preenchem uma ficha informando ao Ministério da Saúde a ocorrência. Estas informações contribuem na busca por vacinas cada vez mais eficazes e menos reatogênicas.