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Voto Ético

Indígenas sabem importância do voto


O presidente em exercício do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), desembargador Mauro Campello, reuniu-se na manhã do último dia 5, no plenário da instituição, com lideranças das etnias ingaricó e macuxi, para discutir a ética e a inclusão dos indígenas no processo eleitoral. Participaram do encontro o coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, juiz Marlon Jacinto Reis, o procurador regional eleitoral Igor Miranda, além do membro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Oneildo Ferreira.

Campello explicou que Roraima possui o maior índice populacional de índios no Brasil e o evento serviu para reunir lideranças indígenas do Estado a fim de ouvir os principais anseios dessa parcela significativa da sociedade. Ele destacou a presença do juiz de direito Marlon Jacinto Reis, do Estado do Maranhão, que vem desenvolvendo um trabalho de combate à corrupção eleitoral, especialmente porque foi o idealizador da Lei da Ficha Limpa.

“A Justiça Eleitoral dá esse grande passo, não só criando novas seções eleitorais de difícil acesso, como também qualificando esse voto e explicando como funciona o processo eleitoral. Nosso foco é disseminar sempre a ideia de que o voto não deve ser vendido e representa um instrumento de transformação de melhoria de vida das comunidades indígenas”, ressaltou.

Na análise do coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, juiz Marlon Jacinto Reis, o principal objetivo do encontro não foi somente falar sobre a necessidade da evolução das normas eleitorais, mas fundamentalmente ouvir as representações indígenas sobre os desafios enfrentados.

“Os líderes falaram sobre as dificuldades de organização política e o impacto do poder econômico nas eleições. É uma aproximação que terão desdobramentos futuros. Nossa proposta é integrar os indígenas na luta pela reforma política, para poder assegurar a presença de todos nessa grande mesa, que é o parlamento. Lançamos aqui a semente de um amplo diálogo com a finalidade de unir as instituições, incluindo a sociedade civil e as comunidades indígenas, num grande debate”, salientou.

Para o coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Ivaldo André, o evento foi importante para esclarecer alguns pontos referentes ao processo eleitoral. “Esse conhecimento é fundamental para que no futuro nós possamos ter nossos representantes políticos, sabendo que temos que ter um voto ético, limpo e esclarecido. Alguns já estão se envolvendo, mas para a maioria ainda não é muito claro qual a importância do voto consciente. Nós como líderes, exercemos importante papel no sentido de repassar essas informações para a população indígena. Só assim, poderemos avançar na luta pelos nossos direitos”, disse.

O líder Dilson Ingaricó lembrou que é primordial que a Justiça Eleitoral leve essas informações educacionais para as populações indígenas a fim de fortalecer a democracia no processo de desenvolvimento. “A partir dessa discussão, os indígenas terão mais conhecimentos para escolher melhor seus representantes dentro do Estado e dentro da Federação brasileira”, comentou.

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