- 05 de novembro de 2024
Confirmado o primeiro caso de febre chikungunya (chik) em Roraima; mais dois casos suspeitos seguem sob investigação, por apresentar sinais e sintomas compatíveis com a doença viral. A afirmação aconteceu na coletiva de imprensa ocorrida na manhã desta segunda-feira, dia 01, pela Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), no auditório da Secretaria de Estado Saúde de Roraima (Sesau).
Todos são casos importados da Venezuela para Roraima. O primeiro caso confirmado é da jovem de 28 anos de idade, notificada no último dia 22 de agosto. Os resultados positivos dos exames feitos pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), do Pará, que é o laboratório referência na região Norte, chegaram a Roraima na última sexta-feira, (29).
A segunda suspeita é de uma criança, sobrinha da paciente confirmada com a febre. As duas viajaram juntas até o país vizinho, onde visitaram vários locais endêmicos para a doença.
Já o terceiro caso suspeito, também do sexo feminino e moradora do bairro Cidade Satélite, foi notificado na manhã desta segunda-feira, 1°, durante consulta no Pronto Atendimento Airton Rocha (PAAR), quando o médico de plantão comunicou ao Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) e a Unidade de Vigilância Epidemiológica hospitalar (UVE), para que fossem adotadas as medidas de bloqueio. Ainda hoje deve ser feito uma visita à paciente, para passar as orientações necessárias.
O diretor do DVE, em Exercício, Joel Lima, mencionou que as amostras de sangue dos dois últimos casos serão encaminhados para análise no IEC. Os três pacientes são moradores do bairro Cidade Satélite e tiveram a sintomatologia leve e estão em fase de franca recuperação, passando bem. Vale destacar que o terceiro caso não está vinculado com as duas primeiras situações.
Ainda na coletiva, Lima pediu a colaboração de todos para intensificar as ações de controle. “O Estado pode contribuir no bloqueio vetorial, mas não tem condições de atuar nos 15 municípios ao mesmo tempo. Pedimos à população que limpe seus quintais, e aos gestores municipais de saúde que intensifiquem os trabalhos, ou seja, reavalie o número de pessoal, além de verificar se os insumos e inseticidas são suficientes. Caso necessite, basta solicitar do Estado que nós providenciamos. O envolvimento deve ser de todos para que as ações sejam imediatas”, enfatizou.
A assistência de saúde precisa está sensibilizada para notificar casos suspeitos, para que a UVE atue de forma correta. As ações de controle acontecem normalmente nos bairros da capital, mas no bairro dos pacientes notificados está mais intensificado. Desde o carro fumacê a eliminação de criadores dentro das casas e proximidades foram realizadas. É uma ação conjunta entre o Estado e a Prefeitura de Boa Vista. “Por isso, não há necessidade de alarde, mas de alerta, pois as recomendações do Ministério da Saúde estão sendo seguidas a risca”, disse técnico do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), Rodrigo Brasil.
Brasil completou que os pacientes estão sendo monitorados ora por telefone ora na própria casa. Além das casas terem sido pulverizadas por dentro, a orientação é que os pacientes devem usar repelentes para evitar picadas de mosquitos. Outra medida é o carro fumacê, bem como a eliminação dos criadores nos quintais e o tratamento de outros que não podem ser eliminados, como piscina.
INCUBAÇÃO
Joel Lima explica que o período de incubação da doença é de 02 até 10 dias com a média de 5, e o de viremia que é o período do vírus circulando na corrente sangue, entre um dia antes do surgimento dos primeiros sintomas até o quinto dia da doença. Nem todos os indivíduos infectados pelo vírus desenvolvem os sintomas. O CHIK pode manifestar em três formas clínicas: aguda, subaguda e crônica (que pode perdura por 06 meses a 01 ano). O risco de óbito é baixo, aproximadamente de 0,06%.
Quando aos sintomas apresentados na febre de CHIK são os mesmos da dengue, (febre, dor de cabeça, dores no corpo), a diferença são as dores nas articulações que são mais fortes do que a dengue.
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