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Setor Primário

Agência de Fomento lança Programa Açaí Roraima.


Mudas de açaí financiadas

O Governo do Estado, por meio da Agência de Fomento (AFERR) deu inicio nesta quinta-feira (21), a entrega de mudas de açaí (Euterpe oleracea) aos 14 primeiros agricultores familiares do município de Caroebe, de um total de 200, que estão com seus cadastros sendo analisados pela Agência para receber o crédito.
O diretor de Crédito e Investimento da AFERR, Simeão Peixoto, explicou como funciona essa linha de crédito. “É um projeto que surge da necessidade de promovermos o consorciamento da cultura da banana, que já existe em Caroebe, com o açaí”, destacou.
De acordo com ele, esse consórcio açaí versus banana vem respondendo muito bem na Amazônia e aqui em Roraima já tem um experimento fixo que “nos deu a dimensão e a oportunidade de agregar renda ao agricultor familiar. Então, estamos proporcionando uma melhoria na qualidade de vida desses agricultores familiares”, disse.
Simeão explicou que o município de Caroebe foi escolhido a partir de um estudo para saber onde se adaptava melhor a cultura do açaí no Estado sem a necessidade de irrigação.  “Ou seja, Caroebe é um município estratégico, porque tem uma distribuição de chuva homogênea que nos dá a condição para implantar a cultura do açaí”, complementou.
Cada agricultor recebe 1200 mudas de açaí. Ele explicou que a região tem as características de bom solo, e de já ser o maior produtor de banana. “Esse projeto é uma forma de uma poupança verde para o agricultor do Caroebe. É uma atividade altamente rentável e que vai dar a capacidade de pagamento para todas as famílias que estão incluídas no projeto”, disse, adiantando que está sendo feito um estudo para que o Programa Açaí Roraima seja levado a outras regiões.
“Estamos estudando a questão da distribuição de chuvas e também a oportunidade de levarmos a irrigação àqueles municípios que não têm a condição de chuva homogênea, mas que pudemos fazer através da tecnologia da irrigação”, concluiu.
Simeão afirmou que o financiamento no valor de R$ 10 mil reais é para implantar três hectares da cultura do açaí consorciado com a banana. Além disso, a empresa que prestará a assistência técnica dando consultoria ao projeto vai premiar cada agricultor com mais 700 sementes de açaí, que significa mais dois hectares. “Ou seja, estão sendo financiados três hectares, o agricultor vai ganhar a semente para mais dois hectares e ao final, ele vai ficar com cinco hectares implantados na sua propriedade com o valor de R$ 10 mil reais”.
Pagamento - O diretor explicou que o pagamento do crédito será feito em cinco anos. São três anos de carência, porque a cultura do açaí passa a ser produtiva a partir do terceiro ano e, se estabiliza no quarto e quinto anos. “Então, o agricultor tem três anos de carência e dois anos para efetivar o pagamento. Isso significa dizer que, além da renda da banana que ele já tem em sua propriedade, vai passar a ter a renda do açaí”.
O Recurso - É contratado na Agência de Fomento. O agricultor faz o cadastro que passa por uma  análise entre os órgãos de proteção do crédito. Todos os que estão sendo financiados passam por um crivo especificamente técnico.
O Crédito - São R$ 10 mil reais.  Dessa quantia, o agricultor recebe R$ 1mil para ao pagamento da mão de obra para da limpeza do bananal. Os R$ 9 mil restantes serão pagos para as empresas que estão fornecendo as mudas, o adubo, o fertilizante e para a empresa que ficará responsável pela assistência técnica.
 
Comercialização do Açaí
 
Simeão Peixoto adiantou que foi montada a cadeia produtiva que  vem desde a preparação do agricultor para plantar, colher e comercializar. “Já está sendo idealizada uma fábrica de beneficiamento do açaí aqui na região Sul que vai absorver o produto para tratá-lo e colocá-lo na condição de exportação, não só para o Brasil, mas para outros países de maneira que o agricultor tenha a comercialização garantida”.
A Agência está financiando vários segmentos da sociedade.  “Desde o Microcrédito,  o Micro Empreendedor Individual (MEI), até os programas da agricultura familiar como é o Açaí Roraima”, disse, e falou de  outros programas como o do triciclo “que é um instrumento de trabalho para o transporte da  produção, e o financiamento para o melhoramento genético  animal nas raças bovinas”.
Serão financiamentos para touros puros, melhorados, registrados ao custo e ao preço realmente que o agricultor possa pagar. É aquele custo que somente a Agência de Fomento pode proporcionar ao agricultor e ao pequeno pecuarista.
José Raimundo Oliveira, da vicinal 35, um dos agricultores que recebeu as mudas de açaí acredita e está esperançoso com o projeto.  “Espero que venha melhorar pra gente que já trabalha com a lavoura de banana, que não é permanente. O açaí que vamos plantar vai ficar para nossos filhos e netos”,comemorou.
Alegria também revelada pelo agricultor Lindomar Batista de Oliveira que acredita que o Programa Açaí Roraima vai melhorar ainda mais a sua vida e de sua família. “Espero que no futuro a gente possa ampliar mais essa renda e que seja sucesso pra todos os produtores. Não é bom só pra mim. Vai beneficiar muitas pessoas. Vai gerar emprego, renda, então, eu acho que é muito bom pra nós”, disse , e acrescentou que espera que assim como  Caroebe é o maior produtor de banana seja também o maior produtor de açaí.
Com os olhos brilhando de alegria o agricultor Vanildo Cândido da Silva disse que acredita no projeto. “Eu espero que dê certo e que a gente tenha uma renda extra. Já temos a da banana e acreditamos no açaí para ampliar essa que já temos e melhorar a nossa vida. A nossa vontade é plantar mais”, ponderou.
Vanildo explicou que é a primeira vez que faz um financiamento. “Tenho fé em Deus que eu vou pagar na hora. Se brincar, antes de começar a produzir terminarei de pagar”, declarou.
As mudas são compradas da empresa Fazenda Bom Futuro 2 e a assistência técnica também ficara a cargo da empresa que tem com responsável o engenheiro agrônomo, Marcos Nakashima.
Ele explicou que quando foi idealizado o projeto Açaí Roraima, a principal função é dar a consultoria, fazer o plantio, potencializar a produção para que tudo dê certo. Será feito um contrato entre a empresa e os produtores para que eles possam ter segurança na venda.
“Já estamos viabilizando aqui no Caroebe a construção de uma fábrica com todos os equipamentos necessários para ser ter um açaí de qualidade dentro das regras do Ministério da Agricultura e da Vigilância Sanitária com o sistema de pasteurização para poder colocar essa polpa de açaí em todo o Brasil e para Exportação. Esse projeto tem começo, meio e a continuidade, e não o fim”, ressaltou.
O açaí tem durabilidade em torno de 40 a 50 anos produzindo. “Existe o manejo da planta. Enquanto aquelas que ficam muito altas podem ser retiradas para o palmito, as outras substituem mantendo o ciclo. É uma renda para o produtor que serve como aposentadoria”, assegurou.

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