- 05 de novembro de 2024
Mosquito transmissor presente
Roraima ainda não apresentou casos da febre chikungunya, enquanto a dengue tem tido baixa incidência e é considerada sob controle. No entanto, todos os municípios apresentam fatores favoráveis a essas doenças. Além disso, o aumento na transmissão dos dois vírus na Venezuela aumentam as chances de um surto de dengue, consequentemente potencializando o risco da introdução do novo vírus em Roraima, o que coloca o Estado em condição de alerta para as duas doenças.
Entre os fatores de risco, estão a presença do mosquito Aedes aegypti (transmissor das duas doenças) em todos os municípios e do Aedes albopictus em alguns municípios do Estado. Além disso, o fluxo de pessoas vindas de áreas de transmissão define como alto o risco do aumento da dengue e introdução do chikungunya no território. As informações foram repassadas durante coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira, 18, na CGVS (Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde).
Diante desta situação, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) expediu nota técnica orientando que as Secretarias Municipais de Saúde fiquem alerta para o aparecimento de casos suspeitos, a fim de que sejam desencadeadas as ações necessárias de investigação e controle vetorial. O Estado também pede que os municípios reavaliem seus planos de contingência e se adequem de acordo com as necessidades.
Devido à sua proximidade com a Venezuela, representantes da saúde municipal de Pacaraima foram os primeiros a se reunir com o Departamento Estadual de Vigilância Epidemiológica (DVE), onde foi definida a realização de uma ação naquele município para a eliminação dos focos de reprodução dos mosquitos. O DVE realizará reunião similar com Boa Vista, com os municípios fronteiriços e com os demais. “No momento, há baixa incidência da doença, mas alta infestação pelo mosquito. Portanto, este é o momento ideal para reforçarmos as ações de controle para minimizar os impactos, uma vez que não há como evitar a circulação do vírus no Estado”, lembrou.
O diretor em Exercício do DVE, Joel Lima, lembrou que a Sesau vai oferecer todo o suporte técnico aos municípios e deve atuar de maneira operacional, quando solicitado pelos municípios que não têm condições de oferecer a resposta necessária para o combate. “As unidades de Vigilância Epidemiológica Estadual e Municipais devem definir estratégias para planejar e manter a capacidade de detecção de casos suspeitos e adotar medidas necessárias no processo de investigação para garantir a confirmação dos casos”, disse.
Um fato que requer atenção é que recentemente foi identificado o DENV3 em uma paciente da Venezuela, que foi internada no Hospital Geral de Roraima (HGR). O sorotipo não é registrado no Estado desde 2009, o que deixa todas as pessoas nascidas a partir desse período, além das que nunca foram infectadas, mais suscetíveis à dengue.
O coordenador geral de Urgência e Emergência (CGUE), Álvaro Fortes, lembrou que as unidades do Estado, em especial o HGR – que é o principal hospital do Estado – estão preparadas para suprir as necessidades levantadas pelos planos de contingência no que se refere ao atendimento dos casos notificados como dengue ou suspeitos de chikungunya, evitando possíveis óbitos.