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Dengue e Chikungunya

Casos de dengue na mobilizam coordenações de saúde em Roraima.


Doenças na Venezuela preocupam

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), apontam para a decretação de epidemia de Dengue em oito estados da Venezuela e a confirmação de 30 casos de Chikungunya. Por questões geográficas, o fato deixa o Estado de Roraima em condição de alerta.
De acordo o gerente do Núcleo Estadual de Controle de Febre Amarela e Dengue, Joel Lima, a Venezuela está muito próxima do Brasil, e é comum o trânsito de famílias roraimenses para o país vizinho, por questões turísticas, comerciais e outros motivos de viagem. “Por isso, essa realidade nos deixa na condição de alerta, já que não podemos descartar a possibilidade de transmissão das referidas doenças”, explicou
Lima explica que atualmente circulam na Venezuela os quatro sorotipos de Dengue.

“Por conta dessa realidade no país vizinho, não descartamos a possibilidade de reintrodução do vírus tipo 3 da Dengue em Roraima, uma vez que os últimos registros do vírus tipo 3 da dengue, foram em 2008, e de 2009 até o momento, nasceram mais de 53 mil crianças, e elas estão suscetíveis à contaminação pelo vírus tipo 3 (caso esse vírus seja reintroduzido em Roraima), além dos adultos que não foram infectados pelo dengue tipo 3, até 2008, quando foi registrada o fim de sua circulação. É importante dizer que cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, a pessoa só pode ter dengue quatro vezes. Quem já teve dengue pelo tipo 1, só pode ter novamente se for causada pelos tipos 2, 3 ou 4”, esclareceu.
Aliado a essa preocupação sobre a possibilidade de reintrodução do vírus tipo 3 em Roraima, a gerência estadual se preocupa ainda com a possibilidade de introdução do vírus Chikungunya, por conta dos 30 casos confirmados no país vizinho. “São pessoas que foram infectadas e adoeceram dentro do próprio país, ou seja, não se trata de casos importados. Por isso, com a proximidade com o país vizinho nos deixa em um estado de monitoramento”, complementou.
Diante desse quadro, a gerência estadual se reuniu com as representantes das principais unidades de saúde do estado, ligadas à Rede de Urgência e Emergência, e com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), para discutir e planejar estratégias de vigilância em saúde e monitoramento. “Não queremos fazer alarme, no entanto devemos nos antecipar e buscar caminhos para saber como lidar com situações atípicas, que possam ocorrer. É nosso papel analisar e buscar estratégias que possam fazer parte de um plano de ação, para que tenhamos condições de lidar com as situações adversas, atendendo a comunidade da melhor maneira possível”, salientou.

HISTÓRICO

Roraima já registrou a circulação dos 4 sorotipos, em momentos diferentes. Na década de 80, circularam os sorotipos 1 e 4; na década de 90, houve registro dos sorotipos 1, 2 e 3. Em 2010, foi confirmada a reintrodução do sorotipo 4 e permanência dos vírus circulantes 1 e 2, período em que o estado enfrentou uma epidemia com o registro de mais de 11 mil notificações.
Nos últimos anos, a dengue vem apresentando um quadro de controle e redução dos casos. O número notificações no primeiro semestre deste ano é 40% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior. São 735 notificações contra 1.233 no mesmo período de 2013. Quanto aos casos confirmados, foram 42 até o mês de maio, contra 326 no mesmo período do ano anterior.

CUIDADOS

O Núcleo Estadual de Controle de Febre Amarela e Dengue orienta os cuidados que a serem seguidos, entre eles, se puder evitar viagens ao país vizinho, e se proteger ao máximo com repelente. Nos casos de viagem, pulverizar os quartos durante a estadia no país vizinho, se tiver mosquiteiro utilizar com frequência, e ao retornar ficar atento a possíveis sinais, como dor de cabeça, dor no corpo e febre. Se isso ocorrer, procurar uma unidade de saúde mais próxima e informar que esteve na Venezuela ou em outro país. “No momento, a primeira iniciativa que deve ser adotada é a precaução, de forma que a população mantenha medidas de controle, que são as mesmas, no que se refere a prevenção e tratamento da Dengue e Chikungunya, uma vez que a forma de transmissão é a mesma, pelo mosquito Aedes Aegypti”, finalizou Lima.

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