- 05 de novembro de 2024
Animais peçonhentos atacam 313
No ano passado foram notificados 639 casos de acidentes com animais peçonhentos enquanto neste ano, 313 vítimas já foram registradas. Os números do Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos demonstram que esse agravo merece atenção do ponto de vista da saúde pública e que é importante o trabalho em relação à prevenção e controle sobre esses acidentes.
De acordo com a responsável técnica do Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos, Viviane Sakazaki, o soro é a única forma de neutralizar a ação do veneno desses animais. O tratamento é específico para cada tipo de acidente, ou seja, para cada gênero de serpente, aranha ou escorpião há um soro específico. “Assim, a identificação do animal agressor é essencial para o diagnóstico e tratamento adequado dos casos”, disse. Em Roraima, a maioria dos casos de acidentes envolvem serpentes, no entanto, também há registro de casos com aranhas, escorpiões, abelhas e arraias.
Por isso, é muito importante a identificação correta do causador do acidente, o que pode ocorrer pela coleta animal, mas, na maioria dos casos, por meio das manifestações clínicas do paciente. Em muitos casos, os acidentes resultam em características similares, gerando a impossibilidade de se identificar o animal agressor. Neste caso específico, recomenda-se a utilização do soro que neutraliza a ação dos venenos dos dois gêneros de serpentes cujas manifestações clínicas se confundem (soro antibotrópico-crotálico e soro antibotrópico-laquético).
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos, do Ministério da Saúde, o atendimento deve ocorrer, no máximo, em até oito horas após o acidente, para garantir a cura sem sequelas. O atendimento tardio, assim como o diagnóstico e tratamento inadequados podem levar à perda do membro atingido e até mesmo ao óbito.
Todos os municípios possuem unidades de referências para o tratamento de acidentes com animais peçonhentos, com exceção do município de Cantá, a 30 quilômetros da capital. Em Boa Vista, as unidades de referência são o Hospital Geral de Roraima e o Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA).
CUIDADOS
A responsável técnica orientou sobre os procedimentos a serem adotados em casos como estes. “Uma das orientações é manter o membro afetado, ligeiramente levantado, manter o acidentado calmo e procurar uma unidade de referência mais próxima possível. Não se recomenda aplicar qualquer substância sobre o local e, em hipótese nenhuma, fazer torniquete na tentativa de evitar que o veneno se espalhe pela corrente sanguínea, pois isso pode fazer com que o veneno aja mais rapidamente naquele membro, podendo levar a amputação”, orientou.