- 06 de novembro de 2024
Ações de saúde visarão o homem
A semana que marca o Dia Nacional do Homem, 15 de julho, traz uma reflexão sobre os altos índices de violência envolvendo o público masculino em relação ao feminino e o estado de Roraima, infelizmente, acompanha essa realidade. Conforme o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), no ano de 2013 foram 5.372 acidentes com vítimas não-fatais entre homens, contra 2.061 mulheres. De janeiro até abril deste ano, o número entre homens foi três vezes maior: 1.904 contra 761 acidentes com mulheres.
Diante dos números, o Ministério da Saúde busca o fortalecimento da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), implantada em agosto de 2009, por meio da Portaria nº 1.944. A proposta do MS é facilitar e ampliar o acesso da população masculina na faixa etária de 20 a 59 anos, às ações e aos serviços de assistência integral à saúde da Rede SUS. As ações são desenvolvidas com base em cinco eixos temáticos: Acesso e Acolhimento, Saúde Sexual e Reprodutiva, Paternidade e Cuidado, Doenças prevalentes na população masculina e Prevenção de Violências e Acidentes.
Em relação ao eixo Prevenção de Violências e Acidentes, a gerente do Núcleo de Ações Programáticas de Saúde do Homem (NAPSH), Maria Liduina Camêlo Melo, explicou que dados do Detran mostram que o número de homens envolvidos em acidentes é muito maior do que as mulheres. Enquanto em 2012, os registros de acidentes com vítimas não-fatais fecharam em 5.703 homens, nas mulheres esse índice ficou em 2.134. Ainda nesse sentido, no ano de 2013 os homens estavam envolvidos em 5.372 acidentes, contra 2.061 mulheres.
O envolvimento maior do público masculino também é constatado nos casos de acidentes com vítimas fatais, quando em 2012 houve 132 registros masculinos contra 31 femininos, e em 2013, os números apontam que 150 homens foram vítimas de trânsito, enquanto nas mulheres o registro foi de 37 casos. Em 2014, os homens somaram 1.904 casos de acidente de vítimas não fatais, contra 761 mulheres, enquanto as mortes fecharam em 52 registros masculinos e 11 femininos.
Conforme Liduina, as ações do Núcleo são desenvolvidas como foco na atuação dos aspectos socioculturais, de forma que possa ser alcançada a redução da morbidade e mortalidade. “É fundamental estabelecer diretrizes que visem promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade masculina nos diversos contextos sócio-culturais e político-econômicos, estabelecendo para isso mecanismos que possam garantir também melhoria na qualidade de vida dos homens”, esclareceu.
Para Liduina, esses dados mostram uma realidade preocupante. “Percebemos que as causas externas relacionas a acidentes na população masculina se sobressai e muito em relação ao público feminino, ou seja, são homens que se envolvem cada vez mais em acidentes, o que torna preocupante pois são pessoas que necessitaram de internações, tratamentos de reabilitação”, complementou.
NÚCLEO
Em 2014, a proposta é desenvolver ações que chamem atenção para a grave e contundente relação entre a população masculina e as violências e acidentes, sensibilizando a população em geral e os profissionais de saúde sobre o tema.
“Para tanto pretendemos buscar parcerias que possam resultar em ações educativas nas escolas, nas ruas, de forma que o maior número de pessoas, principalmente os homens, saibam dos riscos e das consequências diretas e indiretas que os acidentes podem causar a saúde”, finalizou.