- 06 de novembro de 2024
Uma ação conjunta entre o Hospital Coronel Mota (HCM) e Agentes Comunitários de Saúde da capital mostra os primeiros resultados positivos. A unidade especializada já contabiliza o resgate de aproximadamente 10 pacientes ostomizados que não compareciam às reuniões, do Grupo de Apoio à Pessoa Ostomizada, disponibilizadas pelo HCM.
O Grupo é composto por uma equipe multiprofissional composta por enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas e médicos-cirurgiões, e mantém uma reunião mensal, sempre na última sexta-feira do mês. A cada encontro são feitas palestras, por profissionais do HCM, sobre educação em saúde, tratamento, prevenção de infecções, uso e higienização das bolsas coletoras. Dependendo da necessidade é oferecido ainda atendimentos psicológicos e de assistência social.
O serviço é disponibilizado à pessoa ostomizada, aquela que precisou passar por uma intervenção cirúrgica para fazer, na parede abdominal, um caminho alternativo do sistema digestivo ou urinário para saída de fezes ou urina (essa abertura chama-se estoma).
Segundo a assistente social e coordenadora do Grupo, Lady Mara Lima de Brito a finalidade é preparar o usuário e familiares para o convício definitivo ou temporário com ostomia e discutir temas referentes à promoção da saúde envolvendo a nova situação com a qual ele se depara após o ato cirúrgico. “Dessa forma esperamos contribuir para a reintegração social, fortalecendo o convívio social e a aceitação da autoimagem, e proporcionar melhorias da qualidade de vida, uma vez que a pessoa ostomizada precisa saber lidar com as mudanças para evitar frustrações e até depressão”, esclareceu.
O banco de dados da unidade aponta para 52 pacientes cadastrados até o mês de maio, destes cinco faleceram e cinco não utilizam mais os equipamentos coletores e 19 frequentavam assiduamente as reuniões mensais, número que subiu para 29, após o resgate dos pacientes.
Conforme a diretora-geral do HCM, Erineuda Teixeira, a parceria com os Agentes Comunitários teve a finalidade de resgatar pacientes ostomizados que estavam com muitas faltas. “Registrávamos um índice alto de evasão por parte dos pacientes ostomizados, por isso fizemos a parceria com os agentes comunitários que atuam em Boa Vista, para tentar localizar os pacientes faltosos”, esclareceu.
Segundo a diretora, é fundamental manter um canal de comunicação, controle e a continuidade no tratamento. “Sabemos que existe uma demanda reprimida, e que estes pacientes devem precisar do serviço, mas não sabem que dispomos de atendimento específico para eles. Além disso é preciso informar frequentemente aos usuários do SUS sobre os benefícios do programa, como o repasse de equipamentos coletores”, complementou.
REUNIÃO
Dando continuidade ao trabalho de resgate dos pacientes faltosos, hoje (4), membros do Grupo de Apoio à Pessoa Ostomizada se reúnem com enfermeiros da Rede de Atenção Básica e gestores. As atividades iniciam às 8h e seguem até 12h, no auditório da Universidade Estadual de Roraima (UERR). “Queremos dar continuidade ao processo de formação de multiplicadores e estabelecer o trabalho conjunto para que possamos oferecer atenção qualificada aos usuários ostomizados do município de Boa Vista”, finalizou Erineuda.