- 06 de novembro de 2024
"O prédio do Incra parece um campo de concentração do pós-guerra e os servidores do órgão querem mudar de endereço, urgentemente. Aquela arapuca é um retrato da falta de respeito do governo federal com o servidor público e com os clientes da reforma agrária", desabafou um dos diretores do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Roraima (Sindsep-RR).
Essa é a opinião de quem esteve ontem nas dependências da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para atender ao pedido de socorro dos servidores daquele órgão junto ao Sindicato, com a finalidade de deixarem o prédio que já foi condenado pelo Corpo de Bombeiros e nenhuma providência foi tomada.
Segundo o relato feito pelo diretor do Sindsep ao presidente da entidade, Gilberto Rosas, o atual prédio do Incra, localizado na Ville Roy, pode desabar a qualquer hora ou mesmo ser palco de um trágico incêndio, considerando as péssimas condições da rede elétrica. Ele constatou que o lugar é insalubre, não tem saída de emergência, o piso está cheio de buracos e quando chove escorre água pelas paredes úmidas e mofadas, pelas canaletas da fiação elétrica e pelas escadas do prédio. Ele revelou, ainda, queexala um fedor insuportável pelo ambiente, de dar dor de cabeça nas pessoas, devido ao chorume das fezes de pombos vindo do telhado cheio de goteiras.
Por sua vez, o presidente do Sindicato, Gilberto Rosas, pede providências urgentes das autoridades competentes e, principalmente, do Ministério Público Federal, com o objetivo de pressionar o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) a conseguir um novo prédio para funcionamento do órgão até a conclusão de sua sede própria, já que a Direção Nacional do Incra está empurrando o problema com a barriga. "Os servidores do Incra querem sair daquela bomba-relógio, urgentemente", ressaltou.
Gilberto Rosas pede providências também do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho, pois ele considera que a insalubridade e as péssimas condições de mobilidade e de trabalho dos servidores do Incra podem ser considerados trabalho escravo. "A doença da sede do Incra reflete as más condições da administração pública, o desrespeito aos direitos humanos dos trabalhadores, a desvalorização dos servidores públicos e interfere na qualidade dos serviços prestados aos clientes da reforma agrária", disparou.