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Dependência Química

CAPS AD registra 187 novos atendimentos para tratamento.


Surgem novos doentes
 
Vinculado à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas (CAPS AD) atende hoje, 379 pessoas que buscam tratamento para livrar-se do vício das drogas. Destes atendimentos, 187 são novos casos, ou seja, de usuários que procuraram por tratamento entre janeiro e maio deste ano na unidade.

O CAPS AD faz parte da política nacional de saúde mental e está inserido na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), do Sistema Único de Saúde (SUS). Na prática, a unidade realiza o acompanhamento de dependentes químicos através da oferta de serviços terapêuticos como oficinas de artesanatos, de culinária, palestras motivacionais e educativas, com o objetivo de promover a reinserção do usuário na sociedade.

Segundo a diretora do CAPS/RR, Jandira Gomes dos Santos, uma equipe multiprofissional, formada por médico psiquiatra, clínico geral, assistente social, psicólogo, pedagogo, artesã, enfermeiros, técnicos de enfermagem, educador físico e  farmacêutico, compõe a estrutura profissional da unidade. O CAPS funciona provisoriamente, na rua: Bahia, S/N, no Bairro dos Estados. O atendimento é feito das 7h às 19 horas, inclusive nos sábados e feriados.

A unidade trabalha com demanda espontânea, ou seja, não precisa de encaminhamento para ser atendido no local.  Ao chegar à unidade, o paciente passa pelo acolhimento, em seguida pela avaliação clínica. Após isto, os profissionais identificam o grau de dependência do usuário e em cima deste histórico é construído um projeto terapêutico singular individual, conforme a peculiaridade de cada paciente. “Cada dependente tem um histórico muito particular, e para dar um acompanhamento eficaz é que a equipe elabora um plano de tratamento específico conforme cada realidade”, explica a diretora.

De acordo com Jandira, o tratamento é dividido em três fases. A fase da Hospitalidade Diurna e Noturna (HDN), em que o paciente fica internado na unidade de sete a 14 dias, dependendo da recomendação e das melhoras apresentadas. Nesta fase, o usuário participa de atividades terapêuticas durante todo o dia. A noite ele é orientado sobre os medicamentos e sobre a importância da disciplina com os horários do sono. “Esta fase é a que podemos chamar de intensiva”, esclarece.

A outra fase é a da Hospitalidade Diurna (HD). Nesta etapa, o usuário que é considerado com o grau de dependência semi-intensivo, participa das atividades durante todo o dia, de 7h às 19 horas de forma integral. “Nesta fase o usuário é mais disciplinado com horários do sono, do medicamento e então é liberado para dormir em casa”, explica Jandira.

A terceira e última fase é a de manutenção, onde o paciente evoluiu positivamente das fases anteriores e está apto ao convívio familiar e com a sociedade. Nesta etapa, o usuário passa a frequentar as atividades do centro, semanalmente ou mensalmente. Jandira lembra que não necessariamente o usuário tem que passar pelas três fases do tratamento. “Existem dependentes que optam por abandonar o vício antes da fase crítica”, enfatiza a diretora explicando que após o acolhimento, alguns destes pacientes são encaminhados direto para a segunda fase.

A fase crítica é aquela em que o dependente está em crise, com procedimentos fora de controle por conta do grau de intoxicação da droga. Nestes casos, se o paciente e ou o familiar procurar o CAPS, será acolhido e encaminhado ao Hospital Geral de Roraima (HGR) para a internação no bloco C da unidade, que é específica para estes casos. Quando o paciente for desintoxicado, receberá alta e retorna ao centro para ser inserido nas atividades e dar continuidade ao tratamento.

A recuperação do dependente químico é mais rápida e eficaz quando ele conta com a participação da família nas oficinas familiares durante o período de tratamento. “Eles (usuários) se sentem mais seguros e motivados a lutar contra o vício quando recebem o apoio da família, e na contrapartida, a família recebe as orientações necessárias sobre como lidar com os transtornos causados pelo vício, e os cuidados que os próprios familiares também pode receber dependendo da necessidade de cada caso”, finaliza.

DADOS

Existe hoje uma média de 65 usuários ativos na unidade, ou seja, aqueles que são assíduos e cumprem com o tratamento recomendado pela equipe de acolhimento da unidade. Jandira explica que os que mais procuram a unidade para tratamento têm idade a partir de 19 anos, embora a unidade atenda crianças e adultos. Até o ano passado, a maioria das pessoas que procuravam a unidade para tratamento eram os próprios dependentes em busca de ajuda. Hoje, os familiares também tomam a iniciativa de buscar tratamento ao dependente.

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