- 07 de novembro de 2024
O secretário de Saúde em exercício, Alysson Lins, concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, 18, sobre a falha ocorrida na rede de gases medicinais na noite anterior (17), no Hospital Geral de Roraima (HGR). Na ocasião, o gestor esclareceu que não houve falta do produto e que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) determinou a abertura de sindicância para apurar os fatos.
Conforme ele, a secretaria não vai medir esforços para apurar o que gerou as possíveis supressões de gases e a sindicância é justamente para apurar se houve falha no equipamento que leva o gás medicinal ao paciente, algo que ocorre pela primeira vez no HGR, ou se houve falha no monitoramento da equipe que estava de plantão no dia. Paralelo a isso, foi registrado Boletim de Ocorrência para que a polícia investigue o caso, uma vez que nesse ínterim ocorreram dois óbitos.
Sobre o abastecimento de gases medicinais, Lins esclareceu que o hospital estava abastecido, inclusive o nível nos tanques estavam preparados para atender os pacientes em pelo menos dois dias e meio, conforme média de consumo diário. A regularização do fornecimento ocorreu em torno de uma hora depois de detectada a possível supressão.
Ele cogitou que a falha pode ter sido na válvula responsável para manter a pressão da rede de gases, mas só a investigação poderá confirmar. “Como houve falha na rede e a pressão dos gases reduziu, os nossos ventiladores não conseguiram suprir de forma necessária para manter a estabilidade dos pacientes”, explicou.
Ainda conforme o secretário, quando os profissionais perceberam a saturação do oxigênio que fez disparar os monitores, imediatamente as equipes das UTIs e do Trauma do Pronto Socorro Francisco Elesbão, acionaram as coordenações responsáveis, e logo iniciou o protocolo recomendado, ou seja, a utilização de cilindros, equipamentos seguros e alternativos quando ocorre algo dessa natureza.
Quanto aos dois óbitos ocorridos no HGR na noite de ontem (17) durante a possível falha na rede de gases, Lins informou que somente as investigações vão apontar as causas. “Nesse momento, ainda não temos como negar e nem afirmar se os óbitos estão relacionados com a falha de suprimento de oxigênio nesse período”, disse.
Entre as medidas tomadas pela Sesau estão a abertura de sindicância; registro de BO; notificação da Nitron, empresa responsável pela manutenção corretiva e preventiva; acionamento do Ministério Público sobre o TAC firmado com a Nitron neste ano; e da Secretaria de Segurança Pública. “Acionamos várias alternativas para que o caso seja ao máximo investigado. Queremos dar uma resposta à população, pois isso nunca ocorreu antes e temos que trabalhar para que nunca mais ocorra”, garantiu.
Na oportunidade, o secretário enfatizou a busca de respostas para o ocorrido. “O nosso papel é não medir esforços para apurar o que ocasionou essa falha e os apontar os possíveis responsáveis. Em relação ao exame para constar a causa da morte, apenas a família pode solicitar do IML”, comentou.
Depois de reestabelecido completamente o fornecimento, o secretário de Saúde em exercício, Alysson Lins, a direção do HGR e a coordenação da UTI fizeram o Boletim de Ocorrência para que a polícia investigue o caso.