- 07 de novembro de 2024
Vacinas contra a raiva
Os municípios de Roraima já estão aptos a realizarem a vacinação em cães e gatos contra a raiva. Neste ano, a meta é imunizar 60 mil animais em todo o Estado. A doença, causada por vírus, acomete o sistema nervoso central e leva a óbito após curto período de evolução. Devido à sua importância como problema de saúde pública, ganhou o dia 28 de setembro como dia específico para ter seu combate lembrado.
O período oficial da campanha acontece em setembro, mas a execução fica a cargo de cada município. “A parte operacional cabe aos municípios. O Estado vigia, oferece apoio técnico, a vacina e insumos, mas só intervém em casos especiais”, explicou o gerente do Núcleo Estadual de Controle de Zoonoses, Márcio Borges.
Borges explicou que na semana passada, os municípios participaram de uma oficina que além de tratar do planejamento das ações de vigilância epidemiológica das zoonoses, culminou com a entrega de materiais como seringas, algodão, blocos de vacinação e caixas de isopor, insumos estes que serão empregados nas campanhas municipais de vacinação. “Durante três dias de oficina, abordamos uma série de questões técnicas, na teoria e na prática, para mobilizar os municípios no controle antirrábico e de outras zoonoses”, acrescentou o gerente.
O último caso de raiva no Estado foi registrada em um bovino, no município de Caracaraí, no ano de 2007. A raiva é transmitida pela mordida do mamífero portador do vírus rábico, que se não tratada através do atendimento imediato ou da vacina, poderá causar a morte, pois sua letalidade é de quase 100%. Por isso, a vigilância do agravo deve ser feita de forma contínua.
ZOONOSES
Há uma série de zoonoses, ou seja, doenças que podem ser transmitidas por animais ao homem, e que, de maneira geral, apresentam um quadro estável em Roraima. “A situação das zoonoses é considerada tranquila no Estado. Até mesmo a leishmaniose tegumentar, que é uma das poucas com registros no Estado, tem obtido redução”, pontuou Borges.
A leishmaniose tegumentar, ou cutânea, é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca feridas na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores. Neste ano, foram notificados 240 casos da doença, a maioria deles em Caroebe (75 casos) e Rorainópolis (54).
OFICINA
Durante a I Oficina Integrada de Planejamento das Ações de Vigilância Epidemiológica das Zoonoses e Acidentes com Animais Peçonhentos, o Núcleo de Controle de Zoonoses abordou, além da raiva e da leishmaniose, doença de chagas, riquetsioses, esquistossomose, hantavirose, peste e leptospirose. Foram abordadas ainda, questões como acidentes com animais peçonhentos, controle populacional de animais, além de discussões e debates sobre as políticas municipais.
Os municípios foram contatados e enviaram representantes que atuam na área em âmbito municipal, à exceção de Pacaraima e Uiramutã, que não tiveram representantes no treinamento. A intenção é normatizar e capacitar os municípios nas ações voltadas às zoonoses. No ano que vem, um novo encontro será promovido para a realização de um balanço do que foi realizado e do que ainda se pode obter de avanço.