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Contra Agrotóxicos

Programa monitora em BV resíduos de agrotóxicos em alimentos.


Alimentos mais saudáveis

Durante os meses de maio, junho e julho será realizada a segunda rodada de coletas do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) neste ano. Em Roraima, a ação é realizada pelo Departamento de Vigilância Sanitária (DVS) de maneira contínua, para analisar os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos de origem vegetal que chegam à mesa do consumidor.

A cada rodada, as coletas ocorrem a cada sete dias durante nove semanas. Na primeira etapa deste ano, realizada de fevereiro ao início deste mês, foram colhidas amostras de laranja, mamão e tomate comercializados em supermercados da capital. Nesta etapa, que chega à sua segunda semana de coletas, o alvo são amostras de alface, pimentão, arroz e batata inglesa. Desde 2011 não há registros de amostras insatisfatórias.

As fiscalizações têm enfoque em supermercados da cidade. Durante a coleta, as equipes da Vigilância Sanitária apresentam um formulário onde os proprietários têm que informar os dados sobre os fornecedores do produto. Em seguida, as amostras são enviadas para o laboratório do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais, além dos Laboratórios Centrais de Goiás e Rio Grande do Sul.

A responsável administrativa do PARA, Conceição Sales, explicou que há uma lista de agrotóxicos cujo uso é permitido para culturas específicas. Neste caso, segundo ela, o laboratório analisa se está sendo usado o agrotóxico autorizado para determinada cultura agrícola e se a quantidade está dentro do permitido.

Caso seja detectada alguma irregularidade, o laboratório informa à Anvisa, que, por sua vez, comunica o problema tanto ao Estado onde o produto está sendo comercializado quanto ao local de origem do produto contaminado. Em seguida, as vigilâncias estaduais advertem os supermercados, que devem suspender imediatamente a venda do produto irregular e a compra daquele fornecedor até que a situação seja normalizada. “Quem comercializa pode ser punido porque o proprietário dos estabelecimentos varejistas têm que saber a procedência do produto que vendem”, explicou. Caso haja irregularidades, o problema é comunicado às vigilâncias municipais e à Agência de Defesa Agropecuária de Roraima, principalmente se o produto for produzido em Roraima.

O PROGRAMA

O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) foi iniciado em 2001 pela Anvisa. Seus resultados contribuem para a qualidade dos alimentos ofertados no mercado varejista pois propiciam a execução de medidas educativas e coercitivas para garantir a utilização de agrotóxicos segundo as Boas Práticas Agrícolas (BPA). 
Além disso, os dados de resíduos encontrados permitem avaliar o risco à saúde devido à exposição aos agrotóxicos nos alimentos e subsidia a reavaliação de agrotóxicos para a tomada de decisão sobre a restrição e o banimento de agrotóxicos perigosos para a saúde da população.

RISCOS

Segundo informações da Anvisa, os agrotóxicos são ingredientes ativos com elevado grau de toxicidade e que podem causar problemas neurológicos, reprodutivos, hormonais e até mesmo contribuir para o surgimento do câncer.

A última avaliação do risco relativo à exposição crônica aos resíduos de agrotóxicos foi conduzida pela Anvisa utilizando dados do PARA referentes ao período de 2009 a 2011. Na ocasião, não houve a extrapolação da Ingestão Diária Aceitável (IDA) para os agrotóxicos monitorados, ou seja, o risco à saúde para os consumidores foi considerado aceitável.

Apesar disso, não é possível descartar totalmente o risco à saúde. Sabe-se que a avaliação do risco devido à exposição a tais substâncias químicas também pode ser conduzida a partir de outras abordagens mais complexas utilizadas para o cálculo da exposição, tais como: exposição cumulativa de agrotóxicos que possuem um mesmo mecanismo de ação e contribuem para um mesmo efeito nocivo; exposição agregada que leva em conta as diversas formas de exposição a um agrotóxico, tais como, exposição pela pele e ingestão outros alimentos não monitorados.

Para diminuir a ingestão de agrotóxicos, os consumidores podem optar por alimentos certificados como, por exemplo, os orgânicos e/ou “Brasil Certificado”. Produtos com a origem identificada aumentam o comprometimento dos produtores com a qualidade dos alimentos. Além disso, recomenda-se o consumo de alimentos da época, que a princípio recebem menos agrotóxicos para serem produzidos. Adicionalmente, deve-se sempre lavar os alimentos antes do preparo/consumo, para reduzir os resíduos de agrotóxicos presentes na superfície dos alimentos.

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