- 07 de novembro de 2024
Josimar e seu projeto social
A menos de um mês da Copa do Mundo de Futebol, poucos sabem que reside em Boa Vista o lateral direito e destaque da seleção de 1986, Josimar. Quase três décadas após brilhar no Mundial do México, o jogador se prepara para implantar no estado um projeto com o propósito de retirar das ruas crianças e adolescentes que vivem em condições de risco social.
Poucos devem se lembrar, mas Josimar foi convocado às pressas pelo corte do titular Leandro, que desistiu no embarque da Copa. Marcou na competição dois golaços, um deles eleito pela emissora inglesa BBC o 8º lugar na lista dos dez gols mais bonitos da história das Copas, além de ser eleito o melhor jogador do Mundial na posição. Fez história também ao dar o seu nome a uma das mais populares revistas de futebol norueguesas, ainda em atividade.
Em 1997, Josimar jogava na Copa Libertadores da América pelo Mineiros de Guayana, da Venezuela. Foi quando passou uma temporada em Roraima por curiosidade e fez confirmar a lenda de “quem bebe a água do Rio Branco sempre volta”. Entre idas e vindas ao estado, o jogador estabeleceu uma ligação com pessoas e a cultura roraimense, fator decisivo na escolha em morar aqui.
Preocupado com jovens que precisam de proteção e solidário em combater a vulnerabilidade social de crianças pobres, o jogador encontrou na Secretaria de Estado da Cultura (SECULT) e na Secretaria de Educação e Desporto (SEED) parceiros para implantar o projeto “Bola no pé e livro na mão”. “Afastar meninos da marginalidade e livrá-los da violência são os meus objetivos específicos”, ressalta Josimar.
Através do futebol como meio de combater a criminalidade, o projeto deve ser lançado ainda este ano no estado. “Teremos psicólogos e profissionais de diversas áreas para oportunizar uma vida melhor e a promoção de valores éticos a quem vive cercado da marginalidade”, destacou o jogador, que tem obtido o apoio da SECULT na concepção do projeto. “Dificilmente conseguiria oferecer essas condições sem o apoio do Governo nas soluções dos problemas”.
Onésimo Cruz, secretário-adjunto da SECULT, encontrou no projeto pontos comuns na apreensão com jovens em condições de risco social. “A Secretaria da Cultura viu no projeto a expectativa de uma possível ascensão social por meio do esporte e da literatura e o Estado trabalhará para que ele seja implantado”, ressaltou o secretário.