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Educação

Projetos ajudam a diminuir práticas de Bullying nas escolas estaduais.


Angústia e constrangimento

Dor, angústia, constrangimento. Estes são alguns sentimentos que se originam em uma pessoa vítima de Bullying, uma espécie de agressão que pode ser física ou verbal, praticada por uma alguém ou um grupo de indivíduos com a intenção de maltratar e causar constrangimento.

Muito comum no ambiente escolar, entre crianças e adolescentes, as vítimas de Bullying podem tornar-se adultos com sentimentos negativos e com baixa auto-estima. Em casos mais extremos, as vítimas podem até tentar o suicídio.

Na intenção de evitar esta prática, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (SEED), por meio da Divisão de Desenvolvimento Psicossocial (DIPSE), tem incentivado a implantação de projetos de combate ao Bullying e de Promoção da Cultura da Paz nas escolas da rede estadual de ensino.

Por outro lado, as instituições têm atendido ao chamado da DIPSE e cada vez mais, é crescente o número de projetos e ações voltados ao tema. Somente na Capital Boa Vista, das 60 escolas, 42 possuem projetos de combate ao Bullying, o que corresponde a 70% das unidades de ensino.

Os projetos escolares estimulam a convivência harmoniosa, o respeito às diferenças e a tolerância por meio de ações diversas como o diálogo em sala de aula, confecção de cartazes, leitura, teatro, entre outros recursos pedagógicos.
Uma das escolas que desenvolve projeto para combater este tipo de agressão é a Escola Estadual Presidente Costa e Silva, localizada no bairro São Francisco. A unidade atende hoje 300 estudantes no Ensino Fundamental Maior (6º ao 9º ano).

“O projeto de combate ao Bullying é desenvolvido na escola há mais de três anos. O teatro é a ferramenta utilizada para sensibilizar os alunos. Na última peça trabalhada com os estudantes, foi encenado um caso real, onde a pessoa vítima de Bullying acabou tirando a própria vida”, explicou Maria Elaine, gestora da instituição de ensino.
Segundo a gestora, os casos de agressões verbais ainda existem na instituição, porém, já diminuíram. As agressões físicas também tiveram uma redução após as ações do projeto, o qual busca também combater a violência no ambiente escolar.

ENTENDA O BULLYING

A palavra Bullying deriva de um termo da língua inglesa “bully” que quer dizer “valentão”. O Bullying se caracteriza por atitudes agressivas vindas de uma pessoa ou um grupo de pessoas com um desejo consciente e de forma deliberada e repetitiva de maltratar outra pessoa, com o intuito de deixá-la sob estado de tensão e constrangimento.

O agressor se coloca diante de sua vítima assumindo uma posição que ele entende ser superior. Ele tem prazer de deixar o outro acuado, sem saída e gosta de platéia.
Já as vítimas, são geralmente pessoas muito tímidas, com dificuldades de se defender das agressões. São introspectivas e apresentam dificuldades de se relacionar, são mais fechadas, inseguras e de poucos amigos.

O Bullying sempre existiu, porém, atualmente os novos instrumentos de comunicação e tecnológicos, que possibilitam a velocidade da informação e o alcance maior de pessoas, permitiram mais visibilidade a esta prática, que pode ocorrer não só em escolas, mas em Universidades, no trabalho e até mesmo no ambiente familiar.

A vítima de Bullying deve imediatamente procurar ajuda e nunca ser estimulada a revidar as agressões. No caso das escolas estaduais, estas podem procurar a DIPSE que está à disposição para atendimentos, esclarecimentos e orientações.

Entre os projetos realizados pela Divisão Psicossocial da SEED em busca de minimizar e prevenir situações de violência no ambiente escolar estão o projeto “Cultura pela Paz”, com a adoção de medidas de prevenção e proteção às crianças e adolescentes contra o Bullying, com ações que promovam uma 
cultura de paz e da não violência no ambiente escolar.
E ainda o projeto “Tosco”, que possibilita a comunidade escolar discutir as situações de violência no ambiente escolar e apontar soluções para os conflitos, e o apoio ao professor orientador das escolas que se tronam os grande articuladores e mobilizadores de ações e projetos que promovam a cultura da paz.
 
Em três anos, SEED registra 62 casos de bullying
 
No período de 2011 a 2014 a Ouvidoria da SEED registrou 49 casos de violência/bullying (de natureza verbal e física) entre alunos (aluno contra aluno) da rede estadual de ensino; 12 casos alunos contra professores e um caso de professor contra aluno.

A faixa etária dos estudantes varia de nove anos aos 17 anos de idade. No momento em que a escola identifica o caso, faz a intervenção a fim de não agravar o fato e aciona a Ouvidoria e o Psicossocial da SEED.

“Na Divisão Psicossocial fazemos o atendimento do aluno tanto vítima quanto agressor, juntamente com a sua família. Realizamos uma avaliação, e havendo necessidade, o aluno é encaminhado para tratamento especializado, como por exemplo, o atendimento psicológico na rede pública de saúde”, explicou Lilian Ferreira, psicóloga da SEED.

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