- 12 de novembro de 2024
Vírus da febree africana
A Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) do Estado estará reunida nesta quinta (24) com coordenadores das Unidades de Vigilâncias Epidemiológicas (UVE) dos hospitais referências de Roraima: Materno-Infantil, HGR, Santo Antônio, Policlínica Cosme e Silva e Unimed. Na sexta (25), será a vez dos diretores. A intenção é atualizá-los quanto à abordagem com a população e da importância da detecção de casos em Roraima da febre chikungunya. O encontro acontece pela manhã, a partir das 8h, no auditório da CGVS.
Para tanto, uma Nota Técnica (NT) destinada aos hospitais de referência será apresentada no decorrer das reuniões. O documento esclarece sobre o fluxo de investigação, a importância da notificação e comunicação de casos suspeitos, manejo de pacientes suspeitos e ações preventivas em saúde. A NT foi elaborada pela CGVS e Superintendência Municipal de Vigilância em Saúde.
O vírus ainda desconhecido pela maioria das pessoas é transmitido pela picada dos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Originária do Sudeste Asiático e de alguns países da costa leste Africana, a chikungunya está sendo monitorada em Roraima pelas Secretarias de Estado da Saúde e as Municipais de Saúde. No Brasil, até o momento os casos detectados são importados.
Segundo o epidemiologista Rodrigo Brasil, as reuniões têm caráter de sensibilização para notificação, além de abordar sobre o cenário roraimense que se apresenta, com a chegada do inverno. “Com os diretores dos hospitais, na sexta, a intenção é criar uma estratégia para os médicos e enfermeiros identificarem pacientes suspeitos, pois os sintomas são quase parecidos com a dengue”, comentou.
A nova doença só pode ser transmitida pela picada do mosquito infectado. Não há transmissão de uma pessoa para outra. A febre de chikungunya é menos grave que a dengue e se caracteriza por febre alta e dores intensas nas articulações de mãos e pés. Até o momento, nenhum caso foi diagnosticado em Roraima.
O nome chikungunya significa “aqueles que se dobram” e refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos nos serviços de saúde. “A doença raramente causa a morte, mas a dor nas articulações pode durar meses ou mesmo anos para algumas pessoas”, alertou.
O epidemiologista mencionou que as complicações podem ocorrer em crianças menores de um ano e com mais de 65 anos, ou coexistir com outras doenças infecciosas e não-infecciosas. “As medidas para diminuir as chances da CHIK são a destruição dos locais de reprodução dos mosquitos. As mesmas da dengue. Limpar os seus quintais e não deixar água parada”, orientou.
Segundo Brasil, será criada uma espécie de Central de Informações que deve funcionar em horário comercial para orientação aos viajantes com destino a outros países. Nas duas reuniões desta semana, os números de celulares e convencionais serão divulgados.
Assim como a dengue, não há vacina nem tratamento específico para chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e para as dores articulares (anti-inflamatórios). “Se os sintomas surgirem, as pessoas devem procurar a unidade de saúde mais próxima imediatamente”, aconselhou.
SINTOMAS
A doença viral provoca febre acima de 39 graus, de início repentino; dores intensas nas articulações de pés e mãos (dedos, tornozelos e pulsos); a suspeita aumenta se a pessoa que apresenta esses dois sintomas tiver histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma contínua; Podem ocorrer também dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele.
As pessoas costumam se recuperar em até dez dias após o início dos sintomas da chikungunya. No entanto, dores e inchaços nas articulações podem perdurar por até por seis meses. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos. Além disso, pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver formas graves da doença.