RR teve aumento de novos casos
Roraima teve aumentado o coeficiente de casos de hanseníase no ano passado, o que preocupa as autoridades de saúde. O coeficiente de detecção anual foi de 25,9, com base na população do Estado de 469.524 habitantes. O Núcleo de Controle da Hanseníase (NCH) afirmou que a doença está altamente ativa já que demora até sete anos para se manifestar. Os dados são do Sistema Nacional de Agravos e Notificações (Sinan/Net).
O Ministério da Saúde (MS) calcula a taxa do coeficiente da seguinte forma: baixo, quando menor de 2.00/100mil hab.; Médio: 2.00 a 9,99/100mil hab.; Alto: 10,00 a 19,99/100mil hab.; Muito Alto: 20,00 a 39,99/100mil hab.; Hiperendêmico: mais de 40,00/100mil habitantes.
Desses casos novos, apenas 31,4% dos notificados foram avaliados quanto ao grau de incapacidade física no momento do diagnóstico. “Isso faz com que seja programado ações de reabilitação e de diagnóstico precoce em 2014”, argumentou o gerente do Núcleo de Controle, Adrian Rodriguez.
O relatório do Núcleo de Controle mostra que somente os municípios de Pacaraima, Iracema, Caracaraí, Cantá, Bonfim realizaram a avaliação do grau de incapacidade física, no momento do diagnóstico, em mais de 50 % dos casos. Os demais municípios estão abaixo do esperado.
Para fortalecer a política estadual de controle e prevenção de hanseníase, o estado e o município da capital realizaram seis dias de campanha de sensibilização. O objetivo era conscientizar à população, para procurar um dos 58 PSF´s distribuídos entre os 32 UBS e realizar o exame de pele.
Rodriguez explica que a hanseníase requer um acompanhamento mensal dos pacientes, no intuito de identificar precocemente o aparecimento de intercorrências durante o tratamento, como a instalação de incapacidades, deformidades físicas e reações. “O tratamento da doença pode variar de seis a 12 meses, dependendo da classificação operacional do caso”, orientou.
Ainda conforme o gerente, os serviços básicos de saúde devem monitorar os casos, para que não haja abandono de tratamento devido ao longo período de tratamento a que são submetidos os doentes. “Uma forma de controlar a endemia é garantir que 100% dos pacientes que iniciam a polioquimioterapia [PQT], concluam o tratamento no prazo determinado e que o 100% dos contatos sejam examinados”, comentou.
Além do acompanhamento ao paciente, um ato imbuído no pacto pela vida que busca fortalecer a capacidade de respostas às doenças emergentes e endêmicas, é crucial aumentar o percentual de cura. “No ano passado, Roraima apresentou uma proporção de cura dos casos novos de hanseníase diagnosticados nos anos das coortes de 80,5%, classificando a nossa capacidade e efetividade de acompanhamento do tratamento como regular”, mencionou.
Por ser uma doença crônica que pode provocar incapacidades e deformidades devido ao comprometimento neural, Rodriguez reforça a importância de monitorar como o paciente entra no serviço de saúde e também como ele sai, após a conclusão da PQT. “Assim será possível subsidiar políticas de saúde voltadas para a prevenção de incapacidades e inserção do paciente de hanseníase com incapacidade ou deformidade à reabilitação físico-psico-econômica e, sobretudo, preparar o profissional de saúde para intervenção precoce”, cobrou.